Torcedores, se preparem: na segunda-feira, dia 23, teremos nova gastrite contra os Camarões. Daqui para frente (quando antes somente nas oitavas tínhamos essa sensação) será só nó no estomago. Esvaiu-se o oba-oba.
Sobre o jogo contra o México, o goleiro Guilhermo Ochoa fez ótimas defesas, mas não vejo que tenha sido algo de outro mundo. Com exceção da cabeçada de Neymar que ele defendeu espetacularmente no canto direito do gol, o restante foram bolas colocadas pelo ineficiente ataque brasileiro mais em cima dele do qualquer outra coisa, embora Ochoa tenha se posicionado muito bem nesses lances.
No fundo, os jogadores brasileiros concluíram mal, ou nem chegaram a concluir. Senti falta no jogo do México de um consistente meio de campo, alguém que apoiasse o ataque, fizesse a ligação. Por outro lado, a defesa finalmente atuou bem – talvez tivéssemos perdido a partida se não fosse isso.
As lágrimas de Neymar antes do jogo me pareceram exageradas, com tom ufanista, em uma Copa que se realiza em sua casa. Nunca tinha visto um jogador se contorcer e sair do perfilamento na hora do hino por conta da emoção.
O dia seguinte à partida com o México foi marcado não somente por críticas ao time do Brasil, mas também por notícias não muito boas fora de campo que também me causaram gastrite.
Li na imprensa no sexto dia de Mundial que o chefe da segurança da equipe de Honduras, que está em Porto Feliz (SP), informou que na segunda-feira de madrugada ouviu-se tiroteio do hotel por conta de perseguição policial a bandidos; em Fortaleza, um menino foi ferido por bala perdida perto da fan fest no dia do jogo do Brasil; e em Porto Alegre, no mesmo dia, uma pancadaria em uma confraternização teve um idiota que chegou a sacar uma arma para o alto em meio à presença de dezenas de turistas brasileiros e estrangeiros.
Venho monitorando diariamente na imprensa as informações negativas da Copa. Desde do primeiro dia, li sobre cambistas presos (normal isso aqui e e lá fora), inclusive estrangeiros, pequenos furtos (comum em qualquer lugar do mundo quando se concentra muita gente em um mesmo ambiente), e um protesto aqui ou ali (aliás, eles estão pequenos e concentrados, quando se esperava muito mais) que a polícia teve ou não que conter – defendo direito dos outros protestarem contra a Copa, desde que não atrapalhem o direito dos outros torcerem.
Espero que até segunda a gastrite não vire úlcera.
Augusto Diniz