Algo de diferente toma conta do coração quando o Maracanã aparece nas imagens aéreas antes de receber um jogo da Copa do Mundo. As duas monumentais rampas de cada lado e a arquitetura da cobertura em forma de coroa, que foram mantidas mesmo com a severa reforma, remetem imediatamente a uma inesquecível lembrança: estamos diante do mais emblemático palco de futebol do mundo.
Estádio que já recebeu final do Mundial há 64 anos, gol mil de Pelé, memoráveis dribles de Garrincha, inesquecíveis lances de Zico, desfile no gramado de craques nacionais e internacionais em milhares de partidas, inúmeras finais de campeonatos continentais, nacionais e regionais, ganhou o apelido de gigante porque, em algumas ocasiões, chegou a ter 200 mil pessoas em suas arquibancadas.
Pois é com esse currículo invejável que faz o Maracanã imbatível entre todos os estádios da Copa, tornando as partidas realizadas lá um momento sublime do torneio.
O primeiro jogo da Copa na arena é um exemplo disso. Tudo bem que era a Argentina, tinham muitos hermanos por aqui, mas tratava-se de uma estreia contra a inexpressiva Bósnia que nunca tinha participado de um Mundial se quer. Mas a partida ganhou traços riquíssimos de beleza e dramaticidade, parte porque o encontro realizava-se no Maracanã. O gol de Messi representou o ápice dessa celebração.
A invasão chilena (literalmente) só reforçou isso. O jogo era contra a campeã Espanha. A precoce eliminação dos favoritos espanhóis frente aos chilenos colocou de novo o maior do mundo em evidência, o grande onde tudo pode, tudo acontece, tudo é imprevisível e possível no futebol.
Aos torcedores que lá estiveram (ou lá estarão), trouxeram consigo (ou lá levarão) o sentimento do encontro pleno com o templo dos deuses da bola. A visita completa ao símbolo máximo do esporte no País do futebol. Inesquecível! Os que não puderam ou não poderão ir ao estádio carioca, a lamentação maior de perder esse momento que talvez nem a seleção brasileiro seja capaz de suprir.
Nesta Copa, apesar das belezas, não é o Rio que abraça o Maracanã, mas é o maior do mundo que coloca a cidade aos seus pés, apesar de todos os problemas de organização que vem enfrentando a cada partida. Não é à toa que o estádio receberá o mais importante jogo da competição: a finalíssima.
Augusto Diniz
