Vaias e xingamentos na hora errada, desrespeito com os estrangeiros, torcida apática e quase vexame no campo. O que envergonha o Brasil na Copa hoje está mais dentro dos estádios do que fora dele.
A vergonha passa pela televisão nos dias de jogos da seleção, ao vivo e a cores. Pior, o mundo todo está vendo.
Depois das vaias e palavrões a instituição presidencial na abertura da Copa em um momento absolutamente inadequado, a vergonha continuou impiedosa.
Quem é esse pessoal que está torcendo nas arquibancadas que não consegue empurrar a seleção? Não há uma torcida de um grande time no Brasil que não tenha feito história de ter sido o 12° jogador em momento decisivo, importante e dramático de seu clube. Mas por que nesse mundial não consegue fazer o mesmo com a seleção?
Não bastasse, vieram as vaias na hora do hino do Chile no jogo com o Brasil, principalmente quando seus torcedores cantavam a capela no final da apresentação oficial. Todo mundo sabia que os chilenos estenderiam seu hino, como também fazem os brasileiros, por conta de ambos serem ridiculamente editados pelo protocolo da Fifa.
Amigos do Chile, muito que vieram de carro, descendo os Andes, cruzando países até chegar aqui, mereciam muito mais do que respeito, porque acima de tudo demonstraram bravura em estarem em nosso território com todos os riscos.
No campo, o Brasil é um time apático e deslumbrado. O vexame já tinha batido a porta na fase de grupos. No jogo contra o Chile, chegou a abri-la, mas não entrou por sorte.
O mais experiente salvou o time em uma espécie de redenção. Ave Júlio César! Mas ele é goleiro. Cadê nossos jogadores de armação e de ataque, marca registrada que levou o País ao penta.
Na Copa, Neymar se apresenta a cada jogo como um projeto futuro, de médio e longo prazo. Quem mais? Thiago Silva, David Luiz. É o fio de esperança. O restante é um aviso claro: o Brasil vive decadência no futebol.
Augusto Diniz