A essência do futebol é o gol. Fazer um gol é atingir a meta máxima do jogo. É a concretização do sucesso de uma estratégia previamente traçada. É o ápice de todo um esforço coletivo, tanto dentro quanto fora do campo.
Alguns gols saem meio sem querer, mas tudo bem. Esses também valem. Quando não existia o sistema de revisão eletrônica (VAR), caso o árbitro não visse, valia até gol de mão (vide Maradona contra os ingleses).
Por mim, nenhum jogo terminaria com o placar em branco. Zero a zero é a coisa mais chata. Dá a impressão que os jogadores não foram tão competentes ou os planos de jogo traçados não eram assim tão eficientes.
Aliás, nesse sentido da chatice do zero a zero, eu acho que a Fifa poderia pensar em criar uma regra no futuro determinando que toda partida deveria ter pelo menos dois gols, não importando o tempo que durasse.
Seria fácil adotar essa regra. Era só criar sucessivas prorrogações depois dos noventa minutos regulamentares. E para não exaurir os atletas, as equipes poderiam substituir todos os onze antes da primeira prorrogação.
Essas elucubrações me vem à cabeça por conta da profusão de gols que foram marcados no meio desta semana que recém passou, em jogos do Campeonato Brasileiro da Série A. Casos de Bragantino 4 x 1 Vasco, São Paulo 1 x 5 Internacional, Goiás 0 x 4 Ceará, Coritiba 3 x 3 Fluminense.
Uma goleada, mais ou menos como o primeiro beijo, a gente não esquece. Nem o time que perde, nem o que vence. As razões para a lembrança de uns e outras são diversas, é claro. Os que perdem choram e rangem os dentes, enquanto os vencedores se embriagam de felicidade. Mas o certo é que, por um motivo ou por outro, a goleada é eterna na memória.
Se a profusão de gols resulta de uma virada, aí então a vitória torna-se épica, levando os torcedores do clube vencedor a uma espécie de delírio.
Também no meio dessa semana que passou, uma dessas vitórias épicas foi protagonizada por um time acreano: o Galvez, que derrotou o São Raimundo, de Roraima, em plena Boa Vista, por 4 a 3, pela Copa Verde.
O São Raimundo ficou duas vezes à frente do placar. Abriu 2 a 0. O Galvez diminuiu. Depois os roraimenses ampliaram para 3 a 1 e acreditaram que a fatura estava liquidada. Não estava. Os acreanos cresceram e viraram.
Na verdade, tirando um pouco a brasa da sardinha dos acreanos, houve outras goleadas expressivas na primeira rodada da Copa Verde. A saber: Manaus-AM 5 x 0 Ji-Paraná-RO, Aparecidense-GO 7 x 0 Aquidauanense-MS, Brasiliense-DF 4 x 0 Vitória-ES e Sinop-MT 4 x 0 Águia Negra-MS.
Bendito é o fruto dos pés dos artilheiros!