Embora os futurólogos tenham vaticinado que a Copa do Mundo no Brasil representaria o início da era dos jogos de futebol pelo celular, são os comentários dos usuários via aparelho móvel que se tornaram a grande e boa novidade do Mundial.
Nos últimos anos, não faltaram marcas de celulares anunciando aos quatro ventos smartphones com televisão digital em alta definição. Inúmeros aparelhos foram lançados, muitos de olho no incremento dos negócios por conta da Copa do Mundo.
Com relação aos aplicativos, nem se fala. Foram lançados programas com cobertura das cidades-sede do Mundial, das seleções, com estatísticas de cada equipe, detalhes sobre os jogadores, e resultado minuto a minuto das partidas sem esquecer nenhum lance.
Dias depois do início da Copa, mais do que usuários dispostos a acompanhar as partidas pelos smartphones, percebeu-se que eles querem participar dela. Prova disso é a enxurrada de posts e comentários nas mídias sociais feitos a caminho dos estádios, dentro das arenas, na torcida, em casa, nos bares, nas comemorações, nas decepções, nos momentos de emoção e tristeza. Acima de tudo, esta é a Copa da participação via smartphone.
Em uma entrevista recente distribuída pela Agência Nacional, a professora-doutora em comunicação da Universidade de Brasília (UnB), Tânia Montoro, afirmou que a divulgação de informações pelos torcedores com auxilio de celulares inteligentes é capaz de revelar olhares variados sobre o evento além do oficial. Estudiosa da influência das mídias audiovisuais na sociedade, ela diz que o aparelho está permitindo “cada um se expressar de um jeito”.
As discussões em torno da organização do evento e a capacidade do Brasil em realizá-la amplificaram ainda mais os espaços possibilitados pelo smartphone, para que o usuário possa se exprimir em torno do que vê e pensa da Copa do Mundo, quando e onde quiser.
As empresas de telecomunicações devem olhar com mais atenção a esse fenômeno, ao invés de acreditar que basta uma televisão no aparelho móvel para fazer o seu cliente feliz. Nesta Copa do Mundo, se expressar está sendo mais importante do que assistir aos jogos.
Augusto Diniz