A primeira incursão do hoje preparador físico Selcimar Maciel na seara esportiva foi como volante dos times do Juruá e do São Cristóvão, de Cruzeiro do Sul, cidade onde ele nasceu no dia 18 de agosto de 1974. O início da sua atividade como preparador físico só aconteceu anos depois, quando ele cursava Educação Física na Universidade Federal do Acre.
“Eu mudei de Cruzeiro do Sul para Rio Branco em 1994. Três anos depois, em 1997, ingressei no curso de Educação Física da Ufac. Aí eu não jogava mais futebol. Mudei de modalidade e passei a praticar natação nas dependências de dois clubes: na Fazendinha, sede do Vasco da Gama, e na Associação Atlética Banco do Brasil, AABB”, disse Selcimar Maciel.
“Paralelamente”, ainda no dizer de Selcimar, “no decorrer das aulas da disciplina futebol, ministrada pelo professor Nino, cujas ações práticas eram realizadas no campo do Meta, lá pelas tantas eu conheci o professor Ulisses Torres, que na época, aí por volta de 1999, era técnico do Vasco. Foi ele quem me convidou para começar a auxiliá-lo na equipe cruzmaltina.”
O preparador físico titular do Vasco era Edson Maria, sendo que Cláudia Malheiros atuava como auxiliar do Ulisses Torres. Selcimar se agregou ao grupo com a missão de treinar os goleiros. Levando-se em conta que o Vasco conquistou o seu primeiro título de campeão naquele ano, pode-se dizer que Selcimar estreou no futebol profissional com o pé direito.
Espelhos profissionais e outros times na carreira
Além de Ulisses, Edson Maria e Cláudia, o professor Selcimar Maciel considera que outros dois profissionais da preparação física serviram como espelho para que ele crescesse na profissão. Em nível local, Selcimar citou Maurício Generoso, que lhe deu muitos conselhos. E em nível nacional, Moracy Santana, que Selcimar considerava “um cara à frente do seu tempo”.
Depois de 1999, e até 2008, Selcimar Maciel trabalhou em cinco clubes: Bem-te-vi (futsal), Vasco (agora como titular da preparação física, convidado pelo diretor de futebol Raimundo Ferreira), Andirá (em parceria com o coronel Gualter Craveiro), Independência (cujo treinador era o Aníbal Honorato) e Rio Branco (onde permaneceu durante boas cinco temporadas).
Daí pra frente, as fronteiras estaduais se abriram e Selcimar trabalhou nos seguintes clubes fora do Acre: Ulbra-RO (convidado pelo técnico João Carlos Cavallo), Fast-AM, Ceilandense-DF, Peñarol-AM, Nacional-AM, Princesa do Solimões-AM, América de Morrinhos-GO, Goianésia-GO, Interporto-TO, Grêmio Inhumense-GO, Gênus-RO e Real Ariquemes-RO.
Nesse meio tempo, entre idas e vindas, o preparador físico teve a oportunidade de exercer sua profissão em outros seis clubes do Acre: Rio Branco (segunda passagem), Independência (segunda passagem), Amax (Xapuri), Alto Acre (Epitaciolândia), Galvez e Náuas (Cruzeiro do Sul). Tudo isso até chegar 2021 e ele ser outra vez contratado pelo Nacional-AM.
Alegria, decepção e perrengues
Entre tantos sucessos colhidos até aqui, Selcimar considera que a maior alegria foi ter sido campeão tocantinense pelo Interporto, em 2014. “É muito bom quando a gente ganha um título fora do nosso estado de origem”, explicou ele. Já a maior decepção, de acordo com o preparador, foi um calote financeiro que ele levou de um diretor do Fast de Itacoatiara, em 2009.
Mas fora esse calote, Selcimar diz que já passou muitos perrengues financeiros, pelo fato de não ter emprego fixo e viver somente dos contratos com clubes de futebol. “Teve uma época que eu fiquei tão sem grana que não tinha sequer onde morar. Pra não ficar na rua, precisei morar dentro de uma igreja, junto com a minha esposa, por concessão do amigo pastor Felipe.”
Desafiado a escalar uma seleção acreana de jogadores com os quais ele trabalhou, Selcimar preferiu citar alguns nomes. “Máximo, Ley, Marquinhos, Diego, Ananias, Mundoca, Cairara, Zé Marco, Testinha, Doka, Josy Braz, Ailton, Gessé, Marcelo Cabeção, Leo… Tem uma gama de jogadores recentes que daria para fazer um time bem competitivo”, afirmou.
E para concluir, Selcimar relacionou os personagens que ele considera de maior destaque no futebol do Acre. Dirigentes: Macapá (Independência) e Natal Xavier (Rio Branco), “pelo senso de organização”. Árbitros: Josimar, Neuricláudio e Marcos Café, “pela capacidade de aplicar as regras”. Técnico: João Carlos Cavallo, “pelo alto nível na aplicação dos treinamentos diários.”