No começo dessa semana, meu amigo Zacarias Fernandes, maestro acreano há muitos anos radicado em Manaus, enviou para mim, por mensagem de WhatsApp, uma fotografia dele tomando a primeira dose da vacina contra o vírus maldito. Um sorriso enorme adornava a face do Zaca.
Como o Zacarias recém chegou aos 60 anos, fiz um gracejo perguntando-lhe se ele havia furado a fila da vacinação. Em princípio, não entendendo que eu estava de gozação, ele tratou de explicar, tintim por tintim, dizendo que a imunização anda célere em terras amazonenses.
Verdade. Depois da crise de falta de oxigênio que se abateu sobre o Amazonas, as autoridades públicas se apressaram a vacinar a população. O resultado disso é que, diferente de todas as outras unidades da federação, por aquelas bandas já são vacinadas pessoas na casa dos 50 e poucos anos.
E a consequência direta dessa tomada de providências é que os números já demonstram uma queda significativa da quantidade de pessoas infectadas, tanto na capital quanto no interior do estado referido. É claro que ainda falta muito por ser feito por lá, mas o caminho está sendo percorrido.
Desde sempre, por uma só voz, os infectologistas do mundo inteiro garantiram que a única forma de vencer a pandemia era a vacinação em massa. E o modo de diminuir a transmissão do vírus, enquanto a vacina não chega, é o uso de máscaras, a higienização das mãos e o isolamento social.
Fico pensando nisso e imaginando quantas mortes poderiam ter sido evitadas no Brasil se os negacionistas da República tivessem admitido há um ano que a ciência estava com a razão, ao invés de resistir em comprar vacinas, insistir em não usar máscaras e teimar em promover aglomerações.
A propósito, agora falando especificamente de futebol, li no jornal O Estado de São Paulo, edição de quinta-feira (dia 25) que os profissionais desse esporte que atuam no Oriente Médio (Catar, Arábia Saudita, Israel, Bahrein e Emirados Árabes Unidos) já começaram a tomar as suas vacinas.
Nesses países, como preconiza a Organização Mundial da Saúde, a imunização começou também pelos grupos prioritários. A vacinação, portanto, de profissionais de futebol, significa que o processo por lá está caminhando a passos acelerados. Em breve, todos deverão estar vacinados.
Enquanto isso, no nosso glorioso país tropical, bonito por natureza etc. e tal, a discussão, no que refere ao futebol, é se as competições param ou continuam. É de lascar. Não dá para seguir caminhando e cantando. Inclusive porque, como dizia Vandré, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”