MANOEL FAÇANHA
Há exatos oito anos, o cronista esportivo Ramiro Marcelo, então com 42 anos de idade, escolheu o 1 º de abril, para nos deixar. O profissional foi vítima de um câncer agressivo na cabeça e presidiu a Associação dos Cronistas Esportivos do Acre (2008/2009) e retornou à presidência no ano de 2011, mas pediu afastamento após descobrir a doença.
Veja a seguir uma crônica escrita pelo jornalista Manoel Façanha (“Na Marca da Cal”, Jornal O Rio Branco, publicada dia 2 de abril/2013)) a respeito da trajetória de vida do desportista.
ACEA perde um de seus presidentes
A notícia da morte do companheiro cronista esportivo Ramiro Marcelo deixou um enorme vazio no coração dos amigos da mídia esportiva, assim como de todos os militantes do esporte acreano. Hoje, Ramiro Marcelo resolveu nos deixar para conviver ao lado do Pai Celestial, exatamente no mês de seu aniversário de 42 anos.
Trajetória
Quero compartilhar aos amigos que conheci Ramiro Marcelo há mais de dez anos, precisamente quando o saudoso cronista esportivo J. Edson (editor de Esporte de A Gazeta) tinha deixando o convívio na terra e passado a conviver com o Senhor Jesus Cristo, após um acidente automobilístico.
Com a vagância do cargo, Ramiro Marcelo foi convidado para assumir a editoria de Esporte do jornal de Sílvio Martinello. Alguns dias depois, Ramiro arriscou uma ligação para mim na editoria do jornal O Rio Branco. Sempre muito amistoso fez a sua apresentação e trocamos algumas figurinhas a respeito da pauta daquele dia. Os dias se passaram e o meu telefone sempre tocava e, do outro lado da linha Ramiro Marcelo buscando confirmar algumas notícias ou até mesmo um aconselhamento de pauta. Foi o bastante para ficarmos grandes amigos.
O tempo passou e Ramiro Marcelo apreendeu a arte de escrever e, apesar de ser um concorrente, sempre tínhamos lealdade um para com outro, tanto que eu e a minha esposa, juntamente com ele e sua Benvinda, saímos para jantar por várias vezes. Era momento de esquecer o trabalho e nos divertimos com nossas amadas. Não éramos amigos, éramos quase irmãos. Ou como o Alberto Casas apelidou: o Zé Colmeia e o Catatau.
Na direção da ACEA
Em 2007, Ramiro Marcelo, então secretário da Associação dos Cronistas Esportivos do Acre (ACEA), aceitou a missão de assumir a direção da ACEA. Foi eleito por unanimidade e eu passei a responder pela secretaria geral da entidade para ajudar na transição.
Apesar da pouca experiência no cargo, Ramiro Marcelo era dedicado e sempre buscava a minha pessoa para resolver os casos mais polêmicos da entidade. Passados dois anos de sua administração na entidade, fez a transição e passou o poder da pasta para Leônidas Badaró, que ficou um ano no cargo, mas alegou problemas particulares, assim com Ramiro Marcelo reassumindo o cargo. Porém, seis meses depois (setembro/2011), o cronista passou mal e, depois de hospitalizado, descobriu um câncer na cabeça, assim pedindo afastamento da entidade.
Naquele momento difícil, eu não poderia deixar o colega na mão e, juntamente com o cronista esportivo Alberto Casas, passei a responder pela entidade. Neste período, não perdi o contato com o velho amigo Ramiro Marcelo, assim como sua esposa. Fiz algumas visitas a sua residência e hospitais (gostaria de ter feito bem mais), mas o dia a dia corrido impediam, apesar de jamais esquecer o companheiro.
Agradecimento
Neste espaço, gostaria de agradecer a todos aqueles amigos que visitaram o Ramiro Marcelo. Agradeço ainda aos que não visitaram, mas apoiaram sua luta pela recuperação, não se esquecendo de agradecer ao senador Aníbal Diniz (PT) e sua assessoria, na pessoa do Gleison Gomes, que sempre estenderam a mão ao companheiro Ramiro Marcelo.
Por fim, quero dizer ao amigo Ramiro Marcelo que vá em paz. Pela simplicidade, honestidade, companheirismo e homem que soube honrar a família na terra, terá, com certeza, um lugar no céu reservado lado do Senhor Jesus Cristo.
MANOEL FAÇANHA TAVARES NETO
Presidente da ACEA