Duas datas deste mês de julho se configuram, particularmente, caras para o velhinho aqui que vos escreve: os dias 2 e 3, sexta e sábado, respectivamente. Na sexta-feira foi celebrado o Dia Mundial do Jornalista Esportivo. E no sábado a celebração foi (é) pelo aniversário de Brasiléia.
Sobre a primeira data, eu recebi dois alertas, via aplicativo de mensagens. Um deles do dileto amigo Antônio Assis, fotógrafo acreano, antigo morador do bairro da Base, que há muitos anos foi residir em Manaus. O outro, do meu afilhado Façanha, sempre alerta para as coisas do esporte.
Devo confessar que eu nem sabia que existia um Dia Mundial do Jornalista Esportivo. O que eu sei é que o jornalismo esportivo brasileiro já rendeu escritores fantásticos, seja no campo da poesia ou da prosa. Enquanto escrevo me lembro de dois deles: Nelson Rodrigues e Armando Nogueira.
Nelson Rodrigues, que nasceu em Recife, mudou-se para o Rio de Janeiro ainda menino e fez carreira tanto como cronista esportivo quanto como romancista, contista, dramaturgo e muitas outras coisas mais. Li quase tudo da lavra dele e posso afirmar sem medo que era um cracaço das letras!
Torcedor do Fluminense (assim como eu), Nelson brincava de produzir frases antológicas nos seus textos. Tem uma dessas frases que eu lembro sempre que falo dele: “Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”.
No que diz respeito a Armando Nogueira, só o fato de haver nascido no interior do Acre e ganhado o mundo com a sua verve criativa já me tornaria fã dele. Só não me declaro “fã incondicional” porque ele era botafoguense. Mas isso é um detalhe menor que não tira os seus méritos.
Quando morreu, aos 83 anos, em 2010, o acreano Armando Nogueira deixou um legado de pelo menos dez livros com a temática esportiva. Casos de “Na grande área” (1966), “O homem e a bola” (1986), “Bola de Cristal” (1987), “O canto dos meus amores” (1998), “A ginga e o jogo” (2003) etc.
Sobre a segunda data a qual eu me referi lá no primeiro parágrafo, o aniversário de Brasiléia, eu a considero especial pelo fato de que trata-se da cidade onde eu vim à luz. Fundada como “Brasília”, em 1910, a cidade teve que mudar de nome, em 1943, para ceder o original à futura capital federal.
E para finalizar, como este texto foi gestado para falar das coisas do esporte, não custa destacar que Brasiléia sempre foi um berço de importantes nomes do futebol acreano. Cito alguns, a título de exemplo: Bruno Couro Velho, Lelê, Aldemir Lopes, Canjerê, Alcione, Rui Macaco, Vidal… Muitos!