Grandes frases

O futebol nosso de cada dia pode ser muitas coisas… Pode ser alegre, pode ser triste, pode ser nostálgico, pode trazer esperança e, por último (mas não finalmente), pode ser hilário. São inúmeras as pérolas, em forma de frases que os personagens jogam para o ar nas entrevistas ou nas reflexões.

Algumas frases se tornam antológicas, mal saem da boca de quem as proferiu ou da cabeça de quem as escreveu. É o caso dessa aqui, atribuída ao falecido técnico de futebol de areia e filósofo popular Neném Prancha: “Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem, defende.”

Ou então, os casos dessas duas: “Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos” (Nelson Rodrigues). “Misturo poesia com cachaça e acabo discutindo futebol”, escrita num guardanapo de bar por Vinícius de Moraes.

Existem ótimos “fraseologistas” do futebol em todos os quadrantes desse enorme país tropical, hoje com a gasolina tão cara quanto os diamantes das antigas minas do rei Salomão. Mas muitos desses “fraseologistas” não ganham a grande mídia nacional, limitando-se ao seu espaço regional.

Nessa categoria dos fraseologistas regionais inclui-se o potiguar Francisco Diá, técnico de 65 anos que já rodou por dezenas de times, principalmente do Norte e do Nordeste, desde o início da carreira, em 1995. Das entrevistas dele sempre se pode esperar alguma frase pouco ortodoxa.

Veja-se o que ele disse quando, na sua recente passagem pelo futebol cearense, um repórter de rádio descobriu que ele estava sendo sondado para mudar de clube e lhe perguntou qual era o salário dele no Ferrim: “Meu salário só dura cinco dias. É igual menstruação. Não tenho salário alto”.

De outra feita, quando um repórter lhe perguntou se a “luz vermelha estava acesa”, devido aos maus resultados do Ferroviário, ele respondeu assim: “A luz vermelha que eu conheço é a de um cabaré lá em Natal, a luz de Maria Boa. Aqui o que existe é um time brigando pela classificação”.

Ou então, ainda se referindo aos maus resultados do chamado Tubarão da Barra cearense, o “fraseologista” técnico potiguar Francisco Diá saiu-se com essa tirada: “Eu acho que pisei em rastro de corno, porque o time tem jogado bem, massacrado os adversários e não tem concluído em gol (…)”.

E no dia em que o Ferroviário venceu uma partida com um gol nos acréscimos, num chute meio “Mandrake”, quando perguntaram a Francisco Diá se aquilo teria sido um lance de sorte, ele respondeu assim: “Sorte quem tem é mulher da bunda grande. Eu acredito em competência”. Fecha o pano!