Andrés Sanches é candidato a deputado federal com chances de ser eleito. Vai com a força de ter sido presidente do Corinthians em época vitoriosa recente, o que deve levar torcedores do clube a apoiá-lo. Mas o que ele pode fazer de fato pelo esporte?
Até poucos dias atrás o empresário Andrés Sanches era gestor do Itaquerão, ou melhor, da Arena Corinthians, como ele sempre pede pra frisar. Saiu sob críticas por contribuir pelo altos preços de ingressos cobrados em jogos no estádio.
Já arrumou briga com o pessoal do Bom Senso FC, grupo de jogadores que luta por dias melhores para o futebol brasileiro. Andrés acha eles menos importantes do que se propala.
O candidato virou ficha suja porque deixou de pagar impostos do clube quando era gestor principal. Disse que priorizou investimentos no futebol. O ex-presidente do Flamengo, Kléber Leite, veio também com essa conversa (de sonegação) outro dia, pedindo investimentos no rubro-negro (para evitar queda à Segundona) a partir do dinheiro que deveria pagar tributos.
Caso eleito, ele deverá ter posição contrária à CBF, o que é um bom sinal. A confederação o expeliu de lá antes de eleger Marco Polo del Nero para o cargo de presidente – embora seja bom ver isso com reserva, porque ele já expressou vontade de assumir a presidência da entidade e, caso queira mesmo ocupar a posição, terá que dar de novo aos mãos ao diabo.
Foi desse breve histórico que só consigo ver Andrés Sanches no Congresso como membro da “bancada da bola”, apoiando propostas de clubes. Nada contra, vai defender interesses de um segmento importante da sociedade.
O problema é que lutar ao lado de administrações inescrupulosas de clubes não resolverá a crise do futebol brasileiro. É preciso fazer justamente ao contrário. No fundo, falta ao candidato exemplos factíveis sobre propostas ao pobre eleitor-torcedor que irá elegê-lo. O resto é filme antigo de deputados eleitos alojados na “bancada da bola”.
Augusto Diniz