No Flamengo que cresce no Brasileirão, importa mais a defesa e o meio de campo. O rubro-negro joga o feijão com arroz, do time bem postado do meio para trás, aproveitando-se da bola do abafa, da sobra, do erro adversário.
No Fluminense que surpreende, apesar dos protestos da torcida, a relevância está no meio de campo, mas quando se encontra inspirado. Nesse quadro tricolor, o papel do atacante de área – tão profícuo no Brasil no passado e cheio de exemplos – passa às vezes batido.
O tricolor Fred que o diga: somente torna-se perigoso se tiver boas assistências. Caso não as tenha, é certo que no dia seguinte receberá moedas atiradas pelo torcedor, gente na porta do clube o referenciando com um cone nas mãos.
Um meia-atacante, como o artilheiro do Campeonato Brasileiro, o cruzeirense Ricardo Goulart, funciona mais no futebol de hoje. O atacante flamenguista Eduardo Silva tem chance de dar certo por apresentar alguma habilidade ao jogar fora da área. Ao contrário de Hernane “Brocador”, que talvez tenha saído na hora certa da equipe.
Foi o argentino Conca entrar em má fase que a coisa quase desandou para o tricolor carioca. Só o Cícero no meio não faz milagre. Eles são os que fazem a diferença na equipe. O time depende deles – inclusive o atacante Fred.
Flamengo e Fluminense lutam na tabela para alcançar resultados melhores. Ambos estão apresentando em campo um jeito de não fazer feio no Brasileiro de 2014. Estão conseguindo.
Resta saber se manterão isso até o final do ano. Apesar de competitivo, o nível baixo do campeonato ajuda. A questão é acreditar por voos mais altos da dupla Fla-Flu.
Augusto Diniz