Não quero ser ave de mau agouro ou profeta de catástrofes de jeito nenhum, mas tudo indica que neste 5 de janeiro é dia do nosso glorioso Andirá, cujo símbolo desde a sua fundação, na primeira metade da década de 1960 é um morcego, levar outra lapada na Copa SP de Futebol Júnior.
Se na estreia, contra o Linense, um clube sem grande representação no cenário nacional, o “morceguinho” não deu nem para o começo, levando uma goleada de cinco a zero, imagine agora que o adversário é o tradicional Atlético Mineiro. Agora a coisa toda se configura mais feia do que antes!
Tudo bem que um jogo de futebol não se decide na véspera. Tudo bem também que são onze contra onze. E igualmente tudo bem que um raio dificilmente cai no mesmo lugar. Mas a julgar pelo que o Andirá não jogou na estreia, a lógica diz que o Galo das Minas vai somar mais três pontinhos.
Eu não vi o jogo todo do Andirá contra o Linense. Vi só parte do primeiro tempo. Os minutos que eu vi, porém, me deixaram uma impressão péssima. O time acreano em nenhum momento dessa parte que eu assisti criou qualquer situação de perigo ao gol do adversário. Nenhuma mesmo.
E o primeiro gol dos caras, que coisa bizarra: um cruzamento para a “fogueira”, um atacante entrando no meio dos dois zagueiros de área do Andirá e cabeceando a bola como se estivesse ali só fazendo um cumprimento para alguém conhecido. Coitado do bom goleiro Rikelmo!
Quando um atacante se infiltra no meio de dois zagueiros, só pode significar que os referidos defensores estavam mais ligados na bola do que no adversário. Eu sei que isso pode acontecer até nas boas famílias. Mas é algo que deve ser ensinado aos garotos: “um olho no padre e outro na missa”.
Independentemente de qualquer insucesso (ou de goleadas que, porventura, venham a acontecer nos demais jogos), o certo é que o Andirá é o campeão acreano e, por conseguinte, o melhor time do estado na categoria. O que faz a gente presumir que qualquer outro seria pior do que o Morcego.
Então, dito isso, também sempre de maneira presumida, parece que o futebol acreano vive uma violenta crise de novos talentos. Salvo engano, não existe nenhum garoto no qual alguém possa apostar todas as suas fichas no sentido de que ele vá se tornar uma futura estrela do futebol planetário.
No meu entender, trata-se de uma crise que já se instalou há algum tempo. Prova disso são as más atuações dos representantes acreanos nas competições regionais e nacionais. Os times profissionais do Acre ultimamente só entram nos torneios para fazer figuração. Lamentável!