Antes que alguém pergunte, e para evitar a necessidade de uma corrida ao dicionário (antigamente chamado de “Pai dos Burros”), eu já trato de destrinchar o significado desse primeiro vocábulo do título. A saber: “que ou quem é mentalmente desordenado, alienado, louco, néscio, sem juízo” etc.
Pois é essa palavra pouco usual que me ocorre quando eu vejo pela televisão (ou, eventualmente, ao vivo mesmo) aquelas cenas de torcedores (ou seriam marginais?) gringos imitando macacos e jogando bananas para brasileiros presentes nas partidas entre times das terras deles e daqui, nossos.
Essa semana que recém passou foi repleta desse tipo de manifestação odiosa. Os agressores não respeitam nem o fato de estarem em solo brasileiro. Certamente acreditam que não terão punição e que os seus gestos (e palavras) são absolutamente normais. “Mentecaptos” sem tirar nem por.
Provavelmente, o que motiva esses agressores seja mesmo a certeza de que se a punição existir será muito branda. O torcedor do Boca Juniors, da Argentina, preso no jogo contra o Corinthians, por gestos racistas, passou somente uma noite em cana. No outro dia, pagou a fiança e foi embora.
Quer dizer, pagou a fiança nada, que, pelo que se disse, tratava-se de um vagabundo que não tinha um tostão furado no bolso, mas que dá um jeito de acompanhar o time dele aonde quer que vá jogar. A fiança foi paga por autoridades argentinas. De certo modo, um gesto de apoio ao marginal.
Penso que se o canalha tivesse passado mais uns dias no xilindró, de preferência na companhia de alguns presos corintianos, passando por sessões de “corretivos” diários, certamente jamais iria repetir a atitude. Ao invés disso, o cara além de ir embora ainda fez deboche nas redes sociais.
“Brasileiro é muito bonzinho”, como dizia uma antiga personagem de programa televisivo. Prende num dia, recebe uma merreca a título de fiança, e solta o facínora no dia seguinte, dando-lhe passe livre para delinquir novamente. Mais ou menos, como no filme do 007, uma licença para matar.
Pra falar a verdade, não creio que a solução do problema do racismo esteja na punição dos bandidos. A solução, pra mim, está na educação das crianças. No meu entendimento, a geração adulta não tem mais conserto. Mas, enquanto a educação não vem, que a punição possa ser, sim, rigorosa.
Menos mal, no caso desse crime no jogo entre Corinthians e Boca Juniors, que o time brasileiro venceu de boa. Dessa forma, sou tentado a pensar que o criminoso argentino voltou para o seu “muquifo” (local sujo, sem ordem) com o coração estraçalhado. Ofendeu, mas, no campo, “sifu”!