Cachaça não é água não!

Todos os dias recebo mensagens edificantes, via WhatsApp, dos mais diversos amigos, entre os quais vários ex-boleiros acreanos. Quando acordo de manhã, por volta das 7 horas, e ligo o celular, lá estão os meus “parças” desejando felicidades. E aí trato de sair respondendo a cada um deles.

Faz parte dessa relação o Auzemir, o Paulo Roberto, o Marquinhos Paquito, o Marquinhus Amarelo, o Valdir Silva, o Markito, o Jorge Cubu, o Marcelinho Melo, o Anísio, o Petrolitano (também conhecido como João do Breu). Esses são os mais presentes. Mas ainda existem outros esporádicos.

Fora os ex-boleiros, porém, muitos outros chegados me cumprimentam de manhã. Caso do Gel Meireles, que se dedicou a vida inteira ao magistério de primeiro e segundo graus, e que, talvez por isso, não tenha tido tempo suficiente para praticar o nobre esporte dos pontapés.

Pois foi justamente o Gel quem me mandou o recado mais curioso nessa semana que recém passou. Recado esse me alertando para a passagem do Dia Nacional da Cachaça, cuja comemoração se dá em 13 de setembro. Devo confessar a minha desmemória: eu não lembrava que esse dia existia!

Daí, como uma coisa puxa a outra, eu lembrei que um dia desses, ao conversar com o ex-lateral cearense Alexandre, que jogou pelo Rio Branco em 1989, contratado pelo presidente Alencar, ele me disse que tinha muita gente boa de bola no Acre, no seu tempo, mas que a cachaça estragava tudo.

Não sei a quem o Alexandre se referia especificamente. Ele não disse, nem eu perguntei. O que eu sei é que em 1989, de acordo com fotos da época, uma das formações do Estrelão era Klowsbey; Alexandre, Chicão, Ronaldo e Anderson; Merica, Jair Feitosa e Mariceudo; Paulinho, Manelão e Val.

Independentemente, porém, de quais tenham sido as “boas” referências do Alexandre, o certo é que todo mundo que acompanhou o futebol acreano entre as décadas de 1960 e 1980 sabe o quanto certa galera era chegada numa manguaça. Ah, isso todo mundo sabe demais da conta.

O meu caro amigo Francisco Saraiva, poeta, memorialista, pedagogo e o escambau, conta pra quem quiser ouvir que em determinado momento existia uma verdadeira confraria de boleiros que se reunia no Bar do Mané com Sono, nas imediações do campo do Vasco, pra enxugar umas geladas.

E isso, vejam bem, é porque até agora eu não falei do Bico-Bico, ponteiro direito de rara técnica, veloz e driblador, que vestiu a camisa do Independência na década de 1970, e que, de acordo com a lenda, quanto mais bebia, mais jogava. Como diz a música popular, “cachaça não é água não!”