Brasileirão pode ter maior distorção regional em 10 anos

O Campeonato Brasileiro de 2015 pode ter 18 clubes do Sul-Sudeste, um do Nordeste e um do Centro-Oeste. Quando a competição passou a contar com a participação de 20 clubes, a partir de 2006, nunca aconteceu tamanha distorção.

Os quatro classificados da Segundona para jogar a primeira divisão no ano que vem são da região Sul-Sudeste: Joinville (SC), Ponte Preta (SP), Vasco (RJ) e Avaí (SC).

No Campeonato Brasileiro deste ano já caíram o Criciúma (SC) e o Botafogo (RJ). De acordo com a classificação, faltando uma rodada para encerrar o campeonato, caem ainda dois clubes entre Vitória (BA), Bahia (BA) e Palmeiras (SP).

Portanto, uma equipe do Nordeste (Vitória ou Bahia) estará na Segundona do ano que vem. Mas os dois clubes do Nordeste podem parar na segunda divisão do Campeonato Brasileiro em 2015 – e as chances são grandes, já que Palmeiras depende somente dele e está a um ponto à frente do Vitória e dois à frente do Bahia, e faz a última partida em casa.

Acontecendo isso, somente o Sport (PE) e o Goiás (GO) representariam as regiões Nordeste e Centro-Oeste, respectivamente, ficando o Norte mais uma vez sem nenhum representante – no Campeonato Brasileiro, os nortistas tiveram pela última vez um clube na primeira divisão em 2005 com o Paysandu (PA); vale destacar que essa também foi a última vez que o Brasileirão contou com mais de 20 clubes na competição na era dos pontos corridos; naquele ano foram 22 times.

Como resultado, o Campeonato Brasileiro 2015 pode ter a presença de 18 clubes do Sul-Sudeste, nas 20 vagas existentes. É a primeira vez que isso acontece com a competição realizada no formato de 20 clubes e em pontos corridos.

Surpreende no campeonato do ano que vem a presença de quatro clubes de Santa Catarina (Figueirense, Chapecoense, Joinville e Avaí) – poderia ser cinco, caso o Criciúma não caísse.

O Rio terá apenas três times na primeirona de 2015, já que o Botafogo caiu. E São Paulo, quatro ou cinco clubes, dependendo do resultado do Palmeiras.

Enfim, ano que vem o Campeonato Brasileiro poderá ser ainda menos brasileiro.

Augusto Diniz