A primavera e os bonitos

Não é a primeira vez (e espero que esteja longe de ser a última) que eu escrevo uma crônica saudando o início da primavera no hemisfério sul. Pra mim, essa estação, que começou nesse 22 de setembro, é a mais bonita de se ver, tantas as flores que vicejam pelas beiradas dos caminhos e pelos jardins.

Num exercício livre de imaginação, fico pensando que Deus criou o mundo a partir da primavera. Caso em que primeiro vieram os aromas dos campos, bosques e florestas profundas. Tudo isso creio que foi criado no dia inaugural. Só depois, nos dias seguintes, é que surgiram as outras estações.

Pra respaldar o meu raciocínio, eu tenho um amigo, o Rinaldinho Cosson, xapuriense dos melhores, bebedor de cerveja tanto quanto os gregos consumiam o vinho nas festas da primavera, que diz que setembro é o mês dos bonitos. Isso porque tanto eu como ele nascemos neste mês/estação!

Além da nossa data de nascimento, outro detalhe me aproxima do Rinaldinho: o de que nós não nos demos bem na tentativa de jogar futebol. Ele, de acordo com o Joraí Salim, tentou ser goleiro. Mas desistiu quando levou uma bolada no pescoço. Eu desisti porque vi cedo que não levava jeito.

Mas não se diga que a primavera é uma estação em que não nascem craques de bola. Pelo contrário. Alguns cliques no computador me trazem imediatamente dois nomes de atletas do passado que nasceram no início da primavera: Ronaldinho Gaúcho (22) e Clodoaldo (29). Ambos de setembro.

Se a gente aprofundar a pesquisa, então, aparecerão nomes em profusão. Aí, claro, vocês vão me dizer que nascem supercraques em todas as estações do ano. Sim, é verdade. Concordo em gênero, número e grau. Mas as outras estações não são assim tão charmosas quanto a primavera!

E então, pra não dizer que eu vou apenas falar das flores nessa crônica, e lembrando que a primavera se estende até o dia 22 de dezembro, destaco que foram vários os jogadores acreanos que nasceram nessa estação. Casos, só pra citar meia dúzia de três ou quatro, do Casquinha e do Antônio Maria.

O Casquinha, que nasceu no dia 9 de outubro, foi um dos maiores jogadores de futebol de salão/futsal que o Acre já viu em suas quadras. Ele também jogou futebol de campo, no time principal do Atlético e em seleções de juniores. Mas foi com a bola pesada que ele deslumbrou os torcedores!

E o Antônio Maria, lateral do Juventus nas antigas, que nasceu no dia 17 de outubro, esse jogava tanto que recebeu o apelido de “príncipe”. Não sei quem o apelidou, mas, como tive o prazer de vê-lo em ação, posso testemunhar que o cara jogava uma bola de pura realeza. Salve a primavera!