Já escrevi várias vezes sobre os apelidos no futebol acreano. Até já escalei três ou quatro equipes só de apelidos, misturando tempos e elencos. O resultado, via de regra, diverte todos os que tomam conhecimento dos textos. Quando digo “todos”, é claro que eu estou me incluindo no grupo.
Uma coisa, porém, em se tratando deste tema, eu ainda não havia parado para pensar. A de qual seria a origem de cada apelido. Agora que o faço, me dou conta de que a maioria deles (apelidos) não consigo explicar. Devem ser do conhecimento apenas dos mais chegados aos “apelidados”.
A origem de alguns dos tais apelidos, entretanto, vou lembrando enquanto escrevo. Casos de Amenu, Cabeça de Martelo, Dadão, Escapulário, Escurinho, Macaxeira, Padreco, Papelim, Puxa Faca, Tranca Rua, Vaisquerê e Zero Hora.
Vejamos, então, a que se referem os ditos apelidos citados acima.
Amenu – Ponteiro do Andirá chamado Raumildo. Herdou o apelido de um personagem de uma novela de rádio denominada “O Egípcio”.
Cabeça de Martelo – Segundo apelido do fantástico lateral-esquerdo Duda. Referia-se ao formato da parte superior da anatomia do dito cujo.
Dadão – Meia atacante que se chamava Eduardo. Os pais, quando ele era criança, o chamavam de Dadinho. Como ele era um menino robusto, o irmão Elzo um dia disse: – Isso não é um Dadinho, isso é um Dadão. Pegou!
Escapulário – Meia do Independência. O apelido veio por conta de um amuleto religioso que ele usava pendurado no pescoço.
Escurinho – Zagueiro do Juventus e outros clubes nas décadas de 1950/1960, chamado Adalberto. Ganhou o apelido por conta da cor da pele.
Macaxeira – Atacante Agnaldo, que jogou no Vasco da Gama. A tez da pele, igual à cor do tubérculo, determinou o apelido.
Padreco – Volante paranaense que jogou no Rio Branco no início da década de 1970. Dizem que estudou num seminário na adolescência.
Papelim – Meia que jogou em vários clubes. Era tão branco e magrinho que lembrava um papel de enrolar fumo.
Puxa Faca – Zagueiro do Atlético. O apelido seria autoexplicativo.
Tranca Rua – Goleiro do Floresta. Conta-se que ele era sempre o último a chegar em casa depois das saídas noturnas.
Vaisquerê – Atacante lendário do futebol xapuriense, vendia galinhas na infância e as oferecia aos clientes com a frase: – E aí, hoje vais querer?
Zero Hora – Lateral do Rio Branco. Apelidado pela negritude da pele.
É isso. Acabou o meu espaço. Outro dia eu conto mais. Ririri!