Apreciei por esses dias uma publicação, em rede social, de autoria do jornalista amapaense Franselmo George, o popular Magrão da História, sobre o antigo craque (bota craque nisso), também do Amapá, João do Carmo Tavares, conhecido nas lides esportivas, no seu tempo de bola, como Jangito.
Em breves linhas o Franselmo George traça a trajetória do Jangito desde as primeiras peladas, num campinho que ficava na vetusta praça Veiga Cabral, em frente à Prelazia de Macapá. Um adolescente prodígio, revela o autor do texto, que se dividia na sua paixão entre o futebol e o basquetebol.
Diferenciado no trato com a bola nos pés, não demorou muito e o Jangito estava vestindo a camisa de um time federado. No caso, o Juventus (lá da cidade deles e não o do Acre). E um pouco depois, em 1961, aos 20 anos (ele nasceu em junho de 1941), o craque se mudou para o Cea Clube.
Quando chegou o ano de 1963, o Clube do Remo, de Belém, foi fazer um amistoso em Macapá. Para os remistas, a vitória seria fácil. Afinal de contas, o Remo era um time profissional. E a turma do Amapá estava longe de alcançar este estágio no futebol. Puro engano: o Remo apanhou de 4 a 2.
Jangito brilhou naquele dia, marcando três dos quatro gols da sua equipe. E aí, a história não poderia continuar de outra maneira que não fosse a contratação dele pelo Remo. Primeiro, claro, havia que passar num teste. Ele não hesitou. Foi ao Baenão e marcou dois gols no treino. Contratado!
Acontece que, antes de assinar contrato, Jangito avisou à cartolagem remista que havia prestado um concurso para o Banco do Brasil e que não continuaria jogando se fosse aprovado. Dito e feito: ele foi aprovado e deixou o Remo para trás, sendo designado para trabalhar em Rio Branco, no Acre.
Aí, então, começou a história dele no futebol acreano, defendendo três clubes, de 1965 a 1970: Rio Branco, por um ano e meio; depois, a convite do dirigente Capitão Maia, Jangito foi para o Grêmio Atlético Sampaio, onde foi campeão estadual de 1967; em seguida, ele migrou para o Independência.
No Independência, pelo qual também se sagrou campeão acreano, provavelmente Jangito tenha vivido o seu período de maior brilho, formando num elenco que alinhava, entre outros virtuoses, João Carneiro, Escapulário, Palheta, Chico Alab, Jorge Floresta…, isso sob o comando de Alício Santos.
Pra finalizar, devo dizer que entre os muitos jogadores do futebol acreano que eu vi em ação, da segunda metade da década de 1960 pra cá, o amapaense Jangito figura entre os três maiores. Os outros dois dessa minha lista seleta são Touca e Dadão. Todos eles, verdadeiramente fora de série!