Os nomes dos clássicos

Francisco Dandão


Não sei quem foi que teve a ideia de batizar os clássicos do futebol brasileiro. Quando penso no assunto me vem à cabeça o jornalista carioca Mário Filho, irmão do famosíssimo Nelson Rodrigues e cujo nome denomina nada menos do que o Maracanã. Pelo menos, foi ele quem um dia batizou o jogo entre Flamengo e Fluminense de Clássico das Multidões!

Independentemente, porém, de quem tenha sido o primeiro que teve a ideia do batismo, o certo é que ao longo da história, de um lado a outro do Brasil, em todos os Estados, os clássicos mais tradicionais ganharam alcunhas representativas da sua importância. E assim, nenhum clássico que se preze pode ser chamado apenas pelo nome dos times envolvidos.

Dessa forma, no próprio Rio de Janeiro do Clássico das Multidões, também chamado de Fla-Flu, existe ainda, entre outros, o Clássico Vovô, disputado entre Botafogo e Fluminense; o Clássico da Amizade, disputado entre Botafogo e Vasco; o Clássico dos Milhões, disputado entre Flamengo e Vasco; o Clássico dos Gigantes, disputado entre Fluminense e Vasco etc.

Em São Paulo a coisa se repete, com o confronto entre os grandes times (também entre os pequenos, quando se enfrentam equipes da mesma cidade ou região). Dessa maneira, o jogo entre Corinthians e Palmeiras se chama Derby Paulista; o jogo entre Santos e São Paulo se chama Clássico SanSão; e o jogo entre Corinthians e São Paulo é chamado de Majestoso.

Saindo dos dois maiores centros da atenção do nosso futebol, lugares para onde convergem todos os olhares, outros clássicos foram eternizados com nomes charmosos. É o caso da Bahia, com o seu clássico Ba-Vi (Bahia e Vitória); de Pernambuco, com o seu Clássico das Emoções (Náutico e Santa Cruz); e do Ceará, com o seu Clássico Rei (Ceará e Fortaleza).

Chegando mais aqui pertinho da gente, radicados que estamos na parte mais ocidental do país, também existem clássicos famosos, disputados pelos principais times da região: Clássico Re-Pa, por exemplo, em Belém, disputado por Clube do Remo e Paysandu; e Clássico Rio-Nal, em Manaus, disputado pelos tradicionalíssimos Rio Negro e Nacional.

No Acre, os dois clássicos mais famosos já não existem: Rio Branco x Juventus, intitulado Pai e Filho, uma vez que o segundo quando foi fundado levou quase todos os jogadores do primeiro; e Rio Branco x Independência, denominado Clássico Vovô, por serem os times mais velhos. Juventus e Independência não disputam hoje a primeira divisão.

Mas agora existe um novíssimo clássico nos campos acreanos. Trata-se do Clássico da Revolução, jogado por Plácido de Castro e Galvez. Tanto um time como o outro leva o nome de personagens da história do Acre, território conquistado a bala dos bolivianos. Nome apropriado para o clássico, portanto. Quinta-feira deu Galvez. Vida longa ao imperador!