Pelo que se comenta por aí, a ideia da instituição do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, nasceu por conta de uma tragédia: um incêndio numa fábrica têxtil, em Nova York, ocorrido em 25 de março de 1911, quando 130 operárias morreram carbonizadas.
A verdade, porém, é que a primeira vez em que se comemorou um dia dedicado às mulheres ocorreu anteriormente a esse fato. Três anos antes dessa tragédia. A primeira comemoração aconteceu em 1908, também em Nova York, quando 1500 mulheres lideraram uma manifestação em prol da igualdade social, econômica e política nos Estados Unidos da América.
Independentemente de uma data ou outra, o certo é que a partir dos primeiros anos do século XX, as mulheres passaram a lutar com mais intensidade pelos seus direitos. Elas lutaram e obtiveram, como consequência das suas justas reivindicações, significativos avanços, ocupando hoje lugares de destaque nas mais diversas atividades sociais.
As lutas feministas foram tão eficazes que levaram as mulheres a ocupar espaços onde, creio eu, elas nem imaginavam chegar quando içaram as suas primeiras bandeiras. É o caso das atividades futebolísticas, esporte tido e havido como fundamentalmente afeito aos hormônios masculinos.
O futebol feminino, planetariamente falando, é uma realidade irreversível, com campeonatos fortes, em alguns países, e até um mundial da modalidade. E do ponto de vista técnico, elas evoluíram tão rápido que já se igualam aos marmanjos, praticantes do esporte há bem mais tempo.
Quanto ao Brasil, que até agora ainda não conseguiu se sagrar campeão mundial de futebol feminino, pelo menos pode se gabar de ter visto nascer em território tropical uma atleta admirada em todos os recantos da Terra: a alagoana Marta, várias vezes condecorada pela FIFA como a melhor jogadora do mundo. Craque, Marta é a nossa Pelé de batom e saias!
E no que diz respeito ao Acre, embora as mulheres ainda precisem percorrer um longo caminho no futebol, já podem ser citados vários nomes como o de personagens inesquecíveis. Casos, por exemplo, entre outros, das pioneiras Cláudia Malheiros (técnica) e Nazaré Santos (massagista).
A Cláudia Malheiros, ao assumir o Vasco da Gama, no ano 2000, foi a primeira mulher técnica de um time de futebol profissional no Brasil. E a Nazaré Santos, ao aceitar o convite para ser massagista do Atlético Acreano, em 1974, trilhou um caminho absolutamente inusitado. Honra e glória à Cláudia e à Nazaré. Que outras mulheres sigam o exemplo delas!