Pode ser em um primeiro momento um bom negócio, casa cheia, um sucesso. Mas revela uma incapacidade da competição ser autossustentável.
Trata-se da partida do Campeonato Carioca entre Flamengo e Fluminense, que acontece no estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Está certo que as duas principais arenas do Rio, o Maracanã e o Engenhão, estão interditadas por conta de preparativos para os Jogos Olímpicos, o que obriga buscar em outros lugares a realização de partidas de grande atração de público (e resultado financeiro), como o clássico em questão. Mas é que ir para capital paulista significa por o modelo da competição ainda mais em cheque.
Precisa-se ir a São Paulo para ter-se alguma motivação! Isso passa a impressão que não há saída no Estado.
Um tempo atrás os clássicos do Campeonato Carioca chegaram a ocorrer no Ceará. Depois, foi a vez de Brasília receber jogos da competição – assim como acontece até agora.
Mas São Paulo, embora com torcedores de times do Rio, tem uma dinâmica própria, um campeonato local forte em relação aos outros. Dá a entender que o Carioca alcançou o rebaixamento, se submeteu ao padrão paulista considerado de maior sucesso com relação à organização do futebol – embora não se queira dizer muito, mas apenas menos pior que o resto.
Não seria o caso de ter sido em Brasília, um lugar que não tem campeonato regional forte e muitos torcedores de clubes cariocas, o que até ameniza a ideia de sair do Rio para realização de jogos do campeonato.
Ou mesmo em Juiz de Fora, a cidade mais carioca do que mineira pela proximidade com o Rio; ou ainda Macaé, no Norte fluminense. Quem sabe não poderia ter sido em Manaus…