Impedimento

Dois importantes personagens da república das bananas podem ficar em impedimento nos próximos dias. Os motivos são diversos, mas ambos polarizam as paixões da nação brasileira. Das decisões deles dois, muitos podem dormir sorrindo e acordar chorando. Ou vice-versa, tanto faz.

A marca do pênalti é onde eles estão nos dias que correm. Da marca do pênalti basta um chute certeiro! Ainda não tenho certeza se o pênalti que eles cometeram foi por sarrafo em algum adversário ou por meterem a mão na bola. O que eu sei é que os candidatos a bater o pênalti são inúmeros!

Como não existe unanimidade que não seja burra, existem torcidas contra e a favor dos dois personagens. Para os “do contra”, o impedimento ainda é pouco como castigo. Já no dizer dos membros da torcida “a favor”, o pênalti foi totalmente inventado por algum árbitro mal intencionado.

Coincidentemente os nomes tanto de um como de outro começam com a letra D: Dilma e Dunga. Coincidentemente, também, nem um nem outro são reconhecidos, necessariamente, pelo seu bom humor. Não sei se eles formariam uma boa dupla se atuassem na mesma área profissional.

Mas eu arrisco dizer que Dilma, se fosse jogador de futebol, seria volante. Um daqueles volantes de contenção que costumam visar mais a canela do adversário do que a bola. Já o Dunga, caso fosse ligado à política, talvez fosse líder do governo, pronto para rebater qualquer má insinuação.

Nas entrevistas que eles concedem também existem pontos coincidentes. Ambos, quase sempre com os cenhos franzidos e as bocas contraídas, parecem cumprir uma dolorosa missão frente às câmeras e aos microfones. Alternam um ar professoral com uma indisfarçável irritação.

No que diz respeito às escalações dos seus times, Dilma tem muito mais camisas para distribuir do que Dunga. Só os ministérios, são mais de trinta. Mas a escalação dos titulares dos diversos cargos vai bem além desse número. Não tenho ideia de quantos, mas acho que sempre cabe mais um.

Por seu lado, o Dunga só dispõe de onze vagas entre os seus titulares. Onze titulares e doze reservas. Vinte e três sujeitos escolhidos ao redor do mundo. As camisas distribuídas por ele podem nunca mais ter os mesmos donos. O grau de sucesso é que determina o retorno dos tais escolhidos.

É isso, leitor. No fim das contas, com ou sem impedimento, não creio que se possa dizer que tudo esteja perdido. Politicamente, tudo pode se ajeitar num futuro próximo. E quanto ao futebol, não custa lembrar que nós ainda estamos na frente do Paraguai, do Peru, da Bolívia e da Venezuela!