Times pequenos na final não dizem muito

Campeonatos estaduais com times pequenos na final não significam muito hoje. É que eles ficam esquecidos pouco tempo depois de chegarem ao ápice no futebol.

O Ituano talvez seja o caso recente mais célebre. Ganhou o Paulista de 2014 – em 2002, o clube chegou a vencer também a competição, mas os grandes não participaram, pois jogavam o Torneio Rio-São Paulo. No mesmo ano (2014), o Ituano não conseguiu sair da Série D do Campeonato Brasileiro. Em 2015 e este ano, se manteve no meio da tabela no Paulistão.

O Audax, na final com o Santos, por certo irá pelo mesmo caminho, até por que é um clube tipicamente criado para negociar jogador. Na verdade, os clubes pequenos sem torcida e receita, aproveitam para ganhar algum com venda de atletas quando em evidência, já que o futuro não lhe reservam muitas esperanças.

No Rio, essas surpresas são mais difíceis de ocorrer, por que há um abismo muito maior entre os quatro times principais e o restante das equipes envolvidas na competição. Assim, com imprevistos bem mais raros e a tabela feita no jeito para beneficiar diretamente o Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco, não dá outra: no caso deste ano, os dois últimos decidem a competição, depois de os quatro fazerem a semifinal do Carioca.

Em Minas, o desconhecido Caldense quase surpreendeu ano passado, ficando com o vice-campeonato – em 2002 chegou a levar o título, mas os três grandes da capital não participaram do torneio. Porém, também não conseguiu sair da série D em 2015. No Mineiro de 2016, quase foi à semifinal. A final da competição será disputada entre Atlético-MG e América-MG.

No Rio Grande do Sul, na decisão jogam Juventude e Internacional. O Grêmio caiu na semifinal. A última surpresa do Gaúcho foi em 2013, com o Lajeadense, vice-campeão do torneio. Esse ano o time foi para a segundona do Gauchão.

Enfim, dos quatro mais conhecidos campeonatos estaduais, imprevistos acontecem em meio à habitual “torcida” dos promotores do espetáculo pelo óbvio, para não abalar o modus operandi do futebol brasileiro. Quando a corrente do evidente é quebrada por algum clube sem expressão, sabe-se que sua influência não perdurará muito, a ponto de comprometer o modelo em que o esporte é atualmente promovido no País.