Leó foi vítima de traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua residência. Foto: arquivo da familia

Futebol acreano perde Antonio Leó, técnico vitorioso

POR MANOEL FAÇANHA

O futebol acreano perdeu grande parte da sua memória viva. Morreu na semana passada, Antônio Alves Nogueira, conhecido como “Antônio Leó”, 82 anos, técnico que marcou época no futebol acreano no comando de Rio Branco, Independência, Atlético e Juventus. Leó foi vítima de traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua residência. O ex-treinador foi atendido numa unidade hospitalar e liberado, mas acabou passando mal e faleceu em casa.

Em pé, da esquerda para a direita: Lourival Marques (presidente), Macedo (diretor), Stélio, Jones, Danilo Maia, Espanhol, Viana, Grassi, Antônio Leó (técnico) e Raimundo Quintino (roupeiro). Agachados: Ivo Neves, Evandro, Bruno Couro Velho, Fernandinho, Padreco, Lelê e Elden. Foto/Acervo Francisco Dandão.
Rio Branco-1972. Em pé, da esquerda para a direita: Lourival Marques (presidente), Macedo (diretor), Stélio, Jones, Danilo Maia, Espanhol, Viana, Grassi, Antônio Leó (técnico) e Raimundo Quintino (roupeiro). Agachados: Ivo Neves, Evandro, Bruno Couro Velho, Fernandinho, Padreco, Lelê e Elden. Foto/Acervo Francisco Dandão.

Técnico de carreira vitoriosa e tido como um dos grandes estrategistas do nosso futebol, fez história no Estrelão ao levar o clube ao título do Copão da Amazônia de 1979.

Entre os jogadores que trabalharam com Leó está o ex-lateral direito Paulo Roberto Oliveira. Oliveira lembra que a primeira oportunidade dada a ele na equipe principal do Rio Branco ocorreu em 1979, quando Leó era o treinador. O cronista esportivo Francisco Dandão escreveu recentemente em ‘Futebol Acreano em Revista’ o seguinte trecho: “O Estrelão havia perdido o título do ano anterior para o rival Juventus e queria montar uma grande equipe para retomar a trilha do sucesso. Para a posição de lateral-direito, entretanto, o técnico Antônio Leó garantiu que não precisava trazer ninguém. O juvenil Paulo Roberto era o homem certo”.

Rio Branco - 1979. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Roberto, Cleiber, Tião, Vilson, Illimani e Chicão. Agachados: Miltinho, Eli, Nino, Adalberto e Irineu. Foto/Acervo Francisco Dandão.
Rio Branco – 1979. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Roberto, Cleiber, Tião, Vilson, Illimani e Chicão. Agachados: Miltinho, Eli, Nino, Adalberto e Irineu. Foto/Acervo Francisco Dandão.

Antônio Leó tinha razão. O time do Rio Branco, cuja base era formada por Illimani; Paulo Roberto, Chicão, Cleiber e Tião; Mário Sales, Mário Vieira e Adalberto; Eli, Nino e Irineu, voltou a ganhar o título estadual. E ainda foi mais longe, levando para casa os troféus de campeão do Torneio do Povo e do Copão da Amazônia. Melhor estreia, impossível!

Outro atleta que ganhou uma oportunidade numa equipe principal de nosso futebol foi o meia Joãozinho. Segundo ele, Leó foi o primeiro treinador a coloca-lo pra jogar no time principal do Galo Carijó. Nas redes sociais, o ex-meia celeste lamentou a perda do ex-técnico.

No último sábado (14), antes de a bola rolar para o primeiro jogo das finais do estadual entre Rio Branco e Atlético Acreano, houve um minuto de silêncio em homenagem a alma de Antonio Leó.