Depois de 24 anos na fila, finalmente o Atlético Acreano levou para casa o título de campeão estadual de futebol. O Galo possuía uma única conquista na era do futebol profissional, feito esse materializado no já distante ano de 1991. De lá para cá foi um sofrimento quase interminável.
Algumas vezes, ao longo desse tempo, o Atlético formou times só para constar. Sem dinheiro, sem ajuda e sem perspectiva alguma de recursos, eu me lembro do antigo presidente José Humberto lamentando a má sorte do Galo. E o time em ação perdia num dia e apanhava no outro.
Noutras vezes, o time até que mandou bem no campo de jogo, mas acabou sendo derrotado por algum detalhe (dizem que o diabo mora nos detalhes). Foi o caso de 2014, quando o lance decisivo, em favor do Rio Branco, só aconteceu por conta de uma infelicidade do goleiro atleticano.
Descontado tudo isso, eis que chegou a hora de o Galo beber água. Apostando num time caseiro, em cujo elenco se sobressaíram a técnica dos armadores Josy e Polaco, a experiência do atacante Adriano Louzada e o comando do técnico Álvaro Miguéis, o Atlético Acreano voltou ao pódio.
A subida ao mais alto degrau do futebol acreano, deve-se ressaltar, começou bem antes do apito final do segundo jogo decisivo contra o Rio Branco, nesse sábado que recém passou. Começou alguns anos atrás, quando assumiram a direção do clube a dupla Azeitona e Edson Izidório.
O primeiro na condição de tesoureiro. O segundo como presidente. Ex-jogadores e profundos conhecedores da estrutura (ou da falta dela) e dos bastidores do futebol acreano, Azeitona e Izidório traçaram a meta de um Galo forte e vencedor. Cedo ou tarde era inevitável a conquista do título.
Edson Izidório, aliás, na ânsia de dar um título à fiel torcida atleticana e mediante sucessivos adiamentos do referido fato, chegou até a anunciar a retirada do time dos gramados. Felizmente, a ideia não vicejou. O Galo permaneceu em campo e agora é o dono inconteste do terreiro.
Por falar em fiel torcida, quem assistiu à decisão garante que esta proporcionou um show à parte. Um espetáculo como há muito não se via nos estádios acreanos. Uma demonstração de amor ao Galo. Eu não assisti, porque nesse momento não estou no Acre, mas acredito em quem disse!
Por fim, creio que não se pode falar em triunfo do Atlético sem lembrar figuras notáveis do clube que já partiram para o espaço celestial. Casos, entre outros, de Fernando Diógenes, Adauto Frota, Rivaldo Patriota, Euzébio, Miguel Leite, Zelito, Alício Santos, Jaú… Felizes onde estiverem!