Adivinhação não é o meu forte. Nunca foi mesmo. Nem quando eu inventei de aprender o significado das cartas de tarô, na época em que eu era estudante de mestrado em Brasília, na década de 1990. Nem assim eu me dei bem no quesito adivinhação. Dificilmente eu acerto uma previsão!
Em se tratando de futebol, então, a coisa piora consideravelmente. O meu raciocínio, invariavelmente lógico e pretensamente racional, se nega a perceber as inúmeras variáveis que podem interferir numa partida. E assim, eu sigo pela vida muito mais errando do que acertando os meus palpites.
Apesar disso, dessa tendência para o erro, cada vez que me deparo com uma nova situação de disputa, não consigo me furtar a exercitar os meus chutes tortos. Menos mal que eu já sei que a possibilidade do erro é demasiado alta. E, sendo assim, não me surpreendo mais com o resultado.
Um preâmbulo dessa natureza, confissão pública de incompetência e culpa para a análise futebolística, me dá a garantia de que ninguém vai me crucificar se eu errar mais uma vez. Principalmente levando em conta que o objeto da análise é a seleção brasileira, ainda alvo de culto de muita gente.
Pois bem. De acordo com as minhas mais profundas elucubrações metafísicas, bem como depois de ter espalhado o baralho na minha mesa de trabalho, a conclusão a qual eu cheguei é a de que o Brasil vai voltar pra casa com o rabo entre as pernas, depois dessa Copa América do centenário.
Os indícios nesse sentido saltam aos olhos. Primeiro que o Brasil há muito tempo não está jogando coisa alguma. Segundo que o único jogador fora-de-série do time nacional, o bailarino Neymar, não foi liberado pelo seu clube para esse torneio atemporal. E terceiro, os cortes por contusões.
Nesse detalhe dos cortes por contusões, que mandou meio time inicialmente convocado mais cedo para as origens, nada mais conveniente para o técnico Dunga usar como desculpa para as pancadas que haverão de vir nos próximos dias. O sujeito pode salvar o emprego exatamente aí.
Com o pescoço na guilhotina pela falta de bom futebol, má colocação nas Eliminatórias para a Copa do Mundo e nenhum padrão tático, Dunga certamente elegerá o azar que fez meio time sucumbir a contusões como argumento para mais um insucesso do time dos amarelos.
É por aí, meus caríssimos leitores. De qualquer forma, de um jeito ou de outro, eu já ganhei essa parada. Se eu acertar minhas previsões, quebro um tabu pessoal e poderei me gabar que entendo pra caramba de futebol. Por outro lado, o erro me encherá de alegria pelo sucesso brasileiro. Yeah!