Tocha olímpica deveria ser só para atletas

Desde que desembarcou no País, no dia 3 de maio, a tocha olímpica tem causado surpresa por onde passa. É que cantores da indústria da música, subcelebridades, globais e afins vêm participado do revezamento, criando uma interrogação na cabeça das pessoas, se não seria o caso de somente atletas e ex-atletas serem os únicos donos dessa tarefa tão gloriosa.

Os Jogos Olímpicos são feitos para campeões e serem humanos com alta performance no seus respectivos esportes. É uma celebração aos melhores, aos muito bons, aos que escrevem a história de sua atividade esportiva em seu país, no continente e no mundo com linhas nobres.

Portanto, a tocha olímpica deveria expressar essa premissa ao percorrer o país-sede, permitindo apenas a participação de carregadores que tenham ou tiveram destaque no esporte, seja em que campo for. Eles são exemplos do que significa o congraçamento real dos Jogos Olímpicos, que é a supervalorização da prática esportiva e sua importância dentro da sociedade.

Estão previstas mais de 12 mil carregadores da tocha pelo Brasil, até o dia da abertura da Olimpíada, em 5 de agosto.

Ela passará por Rio Branco (AC) no próximo dia 21, onde 120 pessoas se revezarão em seu carregamento. Os carregadores são indicados pelas prefeituras das cidades por onde percorrem e também por patrocinadores dos Jogos da Rio 2016. Tudo muito bonito, mas não dá para ver repórteres da TV Globo sorrindo com a tocha na mão, nem tampouco dupla sertaneja nessa tarefa.

Há milhares de exemplos no País de superação por meio do esporte, situações reais que o Brasil e o mundo tinham a chance de conhecer melhor, ou de fixá-los ainda mais como referências da arte de transformar a vida por meio da prática esportiva. São personagens especiais, com dedicação específica, sacrifício pessoal fora do comum e empenho muito acima da média.

Portanto, que as escolhas daqui para frente de carregadores, quando a tocha terá que percorrer ainda a outra metade do País, não sejam uma enxurrada de gente que não tem nada a acrescentar ao momento olímpico, a não ser agradar a interesses pouco comprometidos com o real sentido de uma Olimpíada.

Por fim, aproveitando, nos Jogos Olímpicos do Rio, não se tem clareza ainda das reais chances do Brasil no quadro de medalhas. Por certo, será o melhor desempenho em relação a todas as outras olimpíadas. Mas ficar entre os dez melhores colocados, as apostas já foram mais altas no passado – resultados recentes de alguns modalidades parecem ter arrefecido esse sonho. Vamos ver!