Rivalidade histórica

Pelo segundo fim de semana consecutivo, times do Acre e de Rondônia entram em campo para confrontos diretos pela série D do campeonato brasileiro. Na semana passada, os acreanos levaram a melhor com um empate na casa do adversário e uma vitória nos próprios domínios.

Atlético Acreano e Genus empataram por um a um em Porto Velho. Pelo que eu li nos sites, ninguém gostou do resultado. O pessoal do Genus, que saiu na frente, lamentou porque viu a vitória escapar nos acréscimos. O Atlético lamentou porque entendeu que jogou mais do que o adversário.

Invertidos os mandos, agora o confronto vai se configurar numa espécie de tira-teima. Tanto o Atlético quanto o Genus terão a oportunidade de provar quem estava com a razão nos seus respectivos lamentos. Sem contar que o vencedor vai ficar em ótima situação no grupo A1 do torneio.

O Rio Branco, por sua vez, que vinha de uma sequência de resultados desfavoráveis, desencantou contra o Rondoniense, jogando no Florestão. Sapecou clássicos três a zero nos visitantes e agora só pensa e continuar pontuando. O Estrelão estava quase morto, mas já respira melhor.

Por sua vez, o Rondoniense não tem mais tempo para esperar a felicidade despontar na linha do horizonte. Com apenas um pontinho ganho em nove disputados, o time da antiga capital da cassiterita ou vence agora ou se despede da vida até outra oportunidade. Vai ter que arriscar tudo.

Eu vejo esses confrontos entre times acreanos e rondonienses e não posso deixar de lembrar um passado que já se distancia na memória. Um passado de batalhas memoráveis, ora no depauperado estádio José de Melo, no Acre, ora no então imponente estádio Aluízio Ferreira, em Rondônia.

Juventus, Rio Branco, Atlético e Independência representavam o Acre. Flamengo, Botafogo, Ferroviário e Moto Clube defendiam a honra de Rondônia. De um lado e outro, craques a perder de vista: Dadão, Emilson, Julião etc. pelo Acre; Irineu, Walter Santos, Ronildo etc. por Rondônia.

Os acreanos costumavam levar vantagem quando jogavam em Rio Branco. Mas em Porto Velho, os times rondonienses costumavam falar mais grosso. Independente do local, porém, o que se via era combates de pura emoção. O regime era amador, mas o futebol era do mais alto nível.

Não creio que a rivalidade continue a mesma. Os amadores jogavam para provar que eram melhores que os adversários. Já os profissionais, de modo geral, apenas cumprem as suas obrigações. De qualquer forma, acho que os confrontos do fim de semana serão bem interessantes. Acho sim!