Acostumado a ir ao Rio e ver de perto suas mazelas e virtudes, na primeira atividade olímpica na cidade, realizada nesta quarta (dia 3) – o jogo de futebol feminino do Brasil contra a China, e uma partida preliminar, no Engenhão, -, só encontrei reforço de segurança no estádio – e até de forma desproporcional.
Cheguei por volta de 5 da manhã na Rodoviária Novo Rio vindo de São Paulo. Não vi, naquela hora, mudança de policiamento, sempre precário, para um lugar público de muito movimento.
Peguei um ônibus dali ao Largo do Machado e depois caminhei até a Glória. Passeio ótimo por um pedaço histórico e bonito da cidade – e bem visitado na Zona Sul -, mas sem me deparar ainda com a Força Nacional e Exército pelas ruas.
Observei nesse caminho apenas escassos carros da Polícia Militar posicionados em variados pontos, mas nada que eu possa afirmar que a rotina tivesse alterado por conta dos Jogos Olímpicos – patrulhas fortemente armadas pontuais em avenidas movimentadas já se integraram à paisagem do Rio.
Depois peguei um Uber (enfrentando um trânsito básico na Lapa) até a Central do Brasil. O mais movimentado terminal ferroviário urbano de passageiros do País tinha os velhos carros da PM, que estão sempre lá e, como acontece diariamente, uma multidão em trânsito – somada com a de torcedores indo para o Engenhão.
Na Estação de Engenho de Dentro, que dá acesso ao Engenhão, finalmente encontrei homens armados até os dentes, a partir da plataforma dos trens, assim como no entorno do estádio e dentro dele.
Fiquei imaginando por que essa concentração toda das forças policiais naquela bolha de segurança, onde mais da metade da plateia é formada por famílias.
Talvez parte deles pudesse estar na rodoviária e na Central do Brasil, por onde passei até chegar ao local do evento – não faz sentido algum proteger à população e turistas, seja por terrorismo ou violência urbana, se os acessos principais ao estádio falham nesse campo.
Na volta, já à noite, fiz o mesmo trajeto para ir embora – e tudo continuava como havia encontrado pela manhã quando cheguei ao Rio.