Weverton

Campeão olímpico e convocado para a seleção brasileira principal, o goleiro Weverton é de longe o futebolista nascido no Acre melhor sucedido em todos os tempos. Outros acreanos já brilharam fora do Estado, até em nível internacional, mas ninguém jamais ousou chegar tão longe quanto ele.

Essa condição de ídolo nacional, porém, não surgiu assim sem mais nem menos. Foram anos de estrada, muita dedicação e até alguma sorte para que Weverton chegasse ao status atual de um dos homens de confiança do Tite, técnico nesse instante da seleção brasileira de futebol.

Nascido em 13 de dezembro de 1987, num bairro periférico de Rio Branco, eu diria que o primeiro fato que colocou Weverton no caminho do sucesso foi a transformação dele de atacante em goleiro. Ele era atacante sim na Escolinha do Francisco Teles, aos 12 anos, no início do século XXI.

Provavelmente se Weverton tivesse seguido a sua vocação de atacante, teria se transformado apenas em mais um goleador grandalhão, daqueles que fazem das cabeçadas sua maior possibilidade de chegar às redes adversárias. A altura foi justamente o fator que o mandou para o gol.

O goleiro titular da Escolinha do Francisco Teles era justamente o filho do próprio. Um dia o goleiro faltou. Weverton, na emergência, foi escalado para a posição. Nascia uma estrela. Tanto que no ano seguinte, 2001, ele foi para o Juventus, um dos grandes clubes acreanos de então.

A ida para o Juventus foi obra do olho clínico do ex-goleiro Illimani Suares. Este foi o primeiro a ajudar Weverton tanto como atleta quanto como homem. Levou-o para a Copa São de Juniores de 2005 e depois o incentivou para ficar no Corinthians Paulista, ainda nas divisões de base.

Quando estourou a idade para a base, o Corinthians não quis ficar com Weverton. Longe de desistir, ele foi ganhar experiência rodando por times do interior do país. Passou por vários, desde o Clube do Remo, de Belém-PA, o América de Natal-RN, até o Botafogo de Ribeirão Preto-SP.

A ida para o seu atual clube, o Atlético Paranaense, se deu em 2012, após ajudar, no ano anterior, a subir a Portuguesa de Desportos da série B para a série A. No Furacão, Weverton é uma unanimidade. Seguro debaixo dos três paus, ele sabe sair jogando como poucos e ainda defende pênaltis.

À seleção olímpica, todo mundo sabe que ele só chegou por causa da contusão do Fernando Prass. Mas mostrou que merecia o lugar. Na hora do vamos ver, pegou o pênalti do comedor de chucrutes. Virou herói nacional. Subiu no pódio da glória. Dos confins do Acre para o mundo. Ele merece!