Depois da conquista do ouro olímpico, em meados de agosto, o mês de setembro traz a esperança de novos tempos para a seleção brasileira de futebol. O desafio agora é outro: as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Um desafio, diga-se de passagem, tão grande quanto aquele anterior.
O futebol, igualzinho à vida, é bem assim: outra história para cada novo dia. Inclusive porque a vida, de acordo com os filósofos de todos os naipes, matizes e credos, é mesmo uma sucessão infinita de instantes. O passado só pode servir de referência, enquanto o futuro ainda vai chegar.
Em sexto lugar na tabela de classificação, situação jamais vivida na sua gloriosa história, a seleção brasileira encara o Equador, lá em Quito, no extremo oeste do continente sul-americano, numa altura em que é quase possível tocar nuvens pesadas com as mãos esticadas para cima da cabeça.
Essa péssima colocação no torneio que determina quem vai à Rússia jogar a próxima Copa, depois de seis rodadas realizadas, eu diria que é herança direta da insanidade que fez um dia os dirigentes da CBF escolherem um sujeito chamado Dunga para dirigir a seleção brasileira.
Justifico o que eu chamo de insanidade porque o tal Dunga, além de toda a rabugice que lhe é peculiar, jamais foi um treinador vitorioso por lugar algum onde passou. A rigor mesmo, eu acho que nem se pode chamar o sujeito de treinador. Pra mim, ele é tão somente uma desastrada invenção.
Uma invenção, explique-se, de dirigentes que entenderam um dia que a seleção brasileira precisava de um “sargento” que, na visão deles, serviria para botar ordem numa casa totalmente avacalhada. Creio ter sido assim depois da Copa de 2006. E assim também depois da Copa de 2014.
Mas, como eu disse num dos parágrafos anteriores, o passado vai dia a dia, invariavelmente, se perdendo nas brumas do tempo. E assim, agora sob o comando de outro treinador (esse de fato e de direito), a seleção brasileira deve tratar de enveredar por uma trilha denominada “recomeço”.
Apesar da estreia do novo treinador em condições adversas (falta de tempo para implantar a sua filosofia de trabalho, jogo na casa do adversário e a altitude do local do confronto), eu acredito que vai dar certo e que a seleção brasileira vai iniciar a subida para o topo da tabela de classificação.
Tite, o novo comandante da seleção brasileira, é homem do ramo. Afável no trato com a imprensa, ele é dono de um currículo recheado de títulos. Fora isso, na primeira convocação já expurgou um monte de pés de anjo. E além do mais, agora nós somos campeões olímpicos, né mesmo?