A ideia estapafúrdia de excluir a educação física do ensino médio tem tantos ingredientes negativos, que sugestão desse tipo não merecia nem atenção. Mas infelizmente o governo tentou empurrar por goela abaixo a proposta.
A ausência da educação física é mais um desestímulo ao estudante de ir à escola, em meio a tantos obstáculos dele estudar, como a necessidade de trabalhar para ajudar a família ou o difícil deslocamento aos estabelecimentos de ensino, muitas vezes longe daqueles que mais precisam ser atendidos.
Sentar na sala de aula e passar horas aprendendo somente sobre matemática, português e inglês – aliás, priorizar este último é o cúmulo da submissão às outras culturas em detrimento da nossa – é um incentivo a mais evasão escolar.
A maioria dos equipamentos esportivos acessíveis à população está dentro das escolas públicas. O que pensar sobre a não obrigatoriedade do uso desses espaços? Provavelmente, se tornarão obsoletos ou elefantes brancos. Ou promoverão alguns eventos durante o ano para evitar seu abandono?
É melhor ter esses locais ocupados de forma permanente, como área de entretenimento, lazer e educação social e esportiva, em meio à falta de ambientes públicos fora das escolas para práticas poliesportivas. Sem isso, o cidadão perde espaço importante de interação social e desenvolvimento.
Num País ainda muito carente de locais públicos para a prática esportiva, a escola do Estado exerce bem esse papel. Excluir a educação física da grade é tirar dos menos assistidos esse importante benefício.
A atividade física tem papel relevante hoje também como educadora da saúde. É questão nacional debater e incrementar a vida saudável por meio do esporte. Isso é uma pauta global que o Brasil não pode se abster de tratar.
E a escola no Brasil pode ser um grande propulsar disso. Principalmente quando torna a educação física ensinamento preponderante. Por certo a saúde pública agradece quando a escola mostra na prática como evitar se tornar um futuro paciente.
No fundo, neste estágio em que o País vive, a falta de educação física só piora o ensino e a premissa de um futuro melhor. Sem reflexão clara com todos os envolvidos de como inserir a disciplina dentro de um conceito novo de ensino, sem tirar sua relevância, o País demonstra absoluta incapacidade em lidar com a realidade.