Tite é o cara da hora no futebol brasileiro. Foi só ele assumir o comando técnico da seleção que tudo mudou para o time nacional. Parece mentira. A transmutação da água em vinho. De time vacilante e vaiado, o Brasil passou a atropelar os adversários nas Eliminatórias para a Copa.
Primeiro foi o Equador, na sétima rodada. Os equatorianos vinham com a corda toda. E ainda contavam com a altitude de Quito, uma arma sempre muito poderosa contra adversários acostumados com as planícies. Pois foi aquele passeio: 3 a 0 com toda a autoridade. Estreia com moral!
Depois, no calor de Manaus, foi a vez da Colômbia. Havia quem desconfiasse que o primeiro jogo sob o comando do novo treinador podia ter sido tão somente fogo de palha. O adversário era forte, seleção emergente, cheia de astros mundiais. Nova vitória, e sem susto, do Brasil.
Por último, nessa sequência inicial do trabalho do Tite, sobrou para a Bolívia. Na paradisíaca capital do Rio Grande do Norte, a goleada de 5 a 0 deixou claro que os patrícios do retrógrado político Evo Morales sequer chegaram a ver qual a cor da bola usada durante o jogo. Um atropelamento!
De desacreditada na época em que era treinada pelo Dunga, com sérios riscos de não se classificar para a Copa do Mundo de 2018, a seleção brasileira passou à condição de favorita nas Eliminatórias da América do Sul. Mudou o desempenho da seleção. E não pode ter sido só coincidência.
Claro que ainda há bastante água para rolar sob a ponte até o fim das Eliminatórias. Quanto mais a seleção vence, também aumenta a quantidade de pedras no meio do caminho. Os adversários jogarão mais precavidos. Mas as apresentações dos “canarinhos” dão a todos uma esperança enorme.
Falar em esperança faz surgir no horizonte a questão da felicidade. Esse é um item que, em futebol, tanto depende do desempenho do time da gente quanto dos resultados obtidos pelos adversários. Nesse sentido, o meio da semana foi perfeito: vitória dos brasileiros e empate da Argentina.
A felicidade em futebol é isso sim: o sucesso do nosso time e o fracasso do inimigo. Quando o time da gente vence e o inimigo vence também, eu diria que a felicidade fica pela metade. E embora essa felicidade seja sempre transitória, que seja de fato eterna enquanto dure.
É isso. Tite é o cara da hora no futebol brasileiro. Sob o comando dele a seleção haverá de voltar aos seus dias de plena glória. Se ela vai ser campeã de alguma coisa, isso só o tempo dirá. Mas que os adversários já estão com as pernas trêmulas, isso eu sou capaz de garantir. Segura, peão!