Benevides

Comecei nessa semana mais uma rodada de entrevistas com antigos ídolos do futebol regional, com vistas à produção do novo número (o sexto) de Futebol Acreano em Revista, gibi que a Federação de Futebol do Acre publica todos os anos, quando do fechamento do calendário esportivo.

Minha primeira conversa foi com o ex-goleiro Benevides, que marcou época no Rio Branco, no Juventus e no Vasco da Gama, entre meados das décadas de 1960 e 1970. Um sujeito tão talentoso na sua época de atleta que chegou até a passar um período treinando no Flamengo-RJ.

Bem-humorado, nos seus 68 anos de vida, Benevides adora contar histórias do seu tempo de futebolista, embora tenha parado de jogar muito cedo, aos 27 anos, por conta da necessidade (“imperiosa”, segundo ele) de se dedicar ao curso de direito, iniciado em 1972, e de trabalhar para viver.

Benevides contou que até que ganhava algum dinheiro jogando futebol, apesar de o regime não ser profissional. “Tinha dois taxistas, o Leôncio e o Alberto, torcedores do Vasco, que me davam um troco legal sempre que o time ganhava. Mas era um dinheiro pontual”, explicou ele.

Sobre os seus anos de bola propriamente ditos, Benevides afirmou que dois fatos o marcaram para sempre: um bom e outro ruim. O bom foi a chance de jogar contra o Bahia, que excursionou pelo Norte do país, em 1966. O ruim foi uma breve interrupção da carreira depois de um acidente.

Desse jogo contra o Bahia, eu lembro muito bem. Aos 10 anos, recém-chegado de Brasiléia, fui levado ao já “surrado” estádio José de Melo por um sobrinho, um pouco mais velho do que eu, o Washington, que depois jogou no Rio Branco e que há muito tempo mora no Rio de Janeiro.

Foi a minha primeira vez num estádio de futebol em Rio Branco. E foi a maior exibição que eu já vi de um time de futebol em todos os tempos. O Bahia parece que jogava por música. O jogo foi 2 a 1 para o Bahia. Benevides, no gol do Rio Branco, pegou “quase” tudo, evitando a goleada.

Quanto ao acidente que o tirou do futebol durante alguns meses, o fato aconteceu durante uma caçada a passarinhos com quatro amigos, três deles também jogadores do futebol acreano. Sem saber que o rifle estava carregado, um dos amigos apertou o gatilho e atingiu Benevides. Pânico!

É isso, por enquanto, prezadíssimos leitores. Quem quiser saber mais sobre o Benevides, trate de adquirir a revista, disponível na sede da Federação de Futebol do Acre a partir da segunda semana de dezembro. A revista é de distribuição gratuita. O trabalho é só o de pegar um exemplar!