Qualquer sujeito com mínimas pretensões literárias sabe que um texto, não raro, toma rumo próprio. Ou seja: o tal sujeito se posta na frente do computador com uma ideia na cabeça, mas acaba escrevendo algo totalmente diverso. É mais ou menos como se o texto guiasse o escriba.
Entre a letra que inicia o tal texto e o ponto que sinaliza o seu final, palavras se materializam sem consentimento prévio. Elas (as palavras) vão surgindo e se encadeando. E aí, ao acabar o espaço, sobrevém uma espécie de susto para o autor, que fica se perguntando como foi que isso aconteceu.
Foi o caso do velhinho aqui que comete essas mal traçadas de hoje. É que na crônica passada eu pensei em escrever sobre um presente que acabara de ganhar. Eis que, no entanto, acabei por produzir um texto falando do mercado da bola e dos reforços de verão dos times brasileiros.
Os supostos “reforços” que os clubes vão buscar no mercado, principalmente se o torcedor ainda está de cabeça quente com uma temporada nebulosa recém-finda, é o que eu chamei de “presentes” na crônica anterior. E tudo respaldado na palavra do experiente Joraí Salim.
Mas, retomando o fio da meada, antes que as palavras se insurjam e me tomem as rédeas de novo, o que eu ia comentar no texto anterior era sobre o presente que eu ganhei na semana passada. Justamente o livro “Os onze maiores técnicos do futebol brasileiro”, do escritor Maurício Noriega.
Como todo processo de escolha, certamente a lista elaborada pelo Noriega já gerou confusão. Principalmente pela paixão que o futebol desperta nos incautos, em geral, e nos loucos de arquibancada, de maneira mais específica. Não resta dúvida, porém, que só tem gente de total peso.
Nomes de absoluto respeito, em ordem temporal, dos mais antigos aos mais recentes. Repasso-os pra vocês: Oswaldo Brandão, Bela Gutman, Vicente Feola, Lula, Mário Jorge Lobo Zagallo, Rubens Minelli, Ênio Andrade, Telê Santana, Luxemburgo, Felipe Scolari e Muricy Ramalho.
Eu não vejo como se poderia tirar alguém aí dessa lista de onze nomes propostos pelo Noriega. Acrescentar outros tantos, sim (Cláudio Coutinho, Elba de Pádua Lima, Parreira, Tite, Mano Menezes, Evaristo de Macedo, Carlos Alberto Silva etc.), mas nada de substituir algum deles.
Estou a ler vagarosamente o livro sobre “Os onze maiores técnicos do futebol brasileiro”. E depois, já vou logo avisando, vou guardar na mesinha de cabeceira da minha cama. Para quem gosta de futebol é uma verdadeira delícia. Leitura de puro prazer! Um delírio para os sentidos!