O campeonato acreano de futebol de 2017 está por um suspiro. No próximo sábado, impreterivelmente, tudo estará acabado nesta edição. Mal posso esperar para ver quem é que vai levar o caneco do ano para sua galeria. Ganhar um título dá muita moral para jogar o resto da temporada.
O penúltimo suspiro, sábado passado, exalou para os pulmões da galera o cheiro de terra molhada e floresta verdejante que costuma ter aqui na Amazônica Ocidental no início de cada mês de maio. Dizem que este é o mês das noivas, o mês das mães. Já eu digo que é o mês das boas decisões.
O jogo de sábado, a propósito, foi pleno de emoção. Eu o assisti em dois lugares distintos. No primeiro tempo fiquei na pista atrás de uma das traves. Depois, na etapa final, subi para os últimos degraus da arquibancada. Em todos esses lugares, vi muita gente nervosa e trêmula.
Eu devo confessar que também fiquei um tantinho nervoso, no primeiro tempo. Mas o meu nervosismo era diferente daquele que dominava a maioria dos presentes. A minha apreensão dizia respeito à possibilidade de pegar uma bolada e machucar o nariz, sangrar etc. e tal.
Não se tratava de nenhuma neurose não. É que isso aconteceu de fato com o meu prezado afilhado e amigo Manoel Façanha um dia desses, depois de uma jogada em que um zagueirão do Rio Branco mandou a bola para o lado em que estava virado. O Façanha, destemido, continua por lá.
Já eu, como não tenho grana para fazer uma plástica no nariz, além de já estar acostumado com o que me adorna a cara, não dei conta de ficar o jogo inteiro por ali pela zona do fogo amigo. Depois de meia dúzia de clicks, botei a minha viola (câmera) no saco e fui ver o jogo de bem longe.
Lá de cima da arquibancada, aliás, é bem melhor de ver os atletas evoluindo no gramado. A gente tem a perfeita noção da distribuição tática deles. Dá pra saber quem costuma ficar fora de posição, abrindo buracos na própria defesa, e dá pra ver os caminhos que se oferecem para a glória.
E então, foi dali daquele lugar privilegiado que os meus olhos viram um Atlético Acreano bem mais compactado e organizado em campo. O Rio Branco, por sua vez, dava a impressão que os seus jogadores mal haviam sido apresentado uns para os outros. Mais ou menos como se faltasse liga.
Acontece que, apesar dessa minha percepção, que pode ser equivocada, quem ganhou foi o Estrelão. E ganhou com um golaço, daqueles de placa. O atacante do Rio Branco, já nos acréscimos, pedalou e produziu uma obra prima. No final das contas, o que vale é bola na rede!