Foi boa a largada dos times acreanos no campeonato brasileiro da série D deste ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Boa não. Pode-se dizer que foi ótima. Dois jogos, duas vitórias, sendo uma em casa e outra nos domínios dos adversários. ‘Melhor é impossível’, diria Jack Nicholson.
As vitórias em casa, nesse sistema de jogos de ida e volta, são obrigação. Qualquer pretensão de seguir numa competição desse tipo passa pelo bom desempenho caseiro. Tropeçar como mandante torna obrigatória a necessidade de buscar pontos em outras paragens. Tarefa meio que difícil.
Por outro lado, ainda falando desse sistema de ida e volta, os empates são sempre bem vindos para as equipes visitantes. Trazer um pontinho na mala depois de uma viagem, no mais das vezes de extremo desgaste, tanto pelas horas voadas quanto pelas esperas nos aeroportos, é bom demais.
Então, levando em conta essas premissas, o raciocínio lógico é o de que tanto o Rio Branco quanto o Atlético estão muito bem na fita. Fizeram o dever de casa e superaram a expectativa quando precisaram viajar para cumprir os seus compromissos longe dos olhares dos seus bons torcedores.
Naturalmente, a caminhada apenas foi iniciada. Todo cuidado é pouco. A pegada tem que ser mantida. É preciso encarar os próximos jogos como se a vantagem atual não existisse. Em futebol não se ganha de véspera. Um descuido e a vaca famosa pode ir parar no indesejável brejo.
Nesse sentido é que o Atlético Acreano deve entrar com a concentração o mais elevada possível para o confronto deste fim de semana contra o rondoniense Real Desportivo, em jogo marcado para o Florestão. É um adversário que ainda não pontuou, mas merecedor de todo o respeito.
E é nesse sentido também que o Rio Branco deve jogar com um pezinho bem fincado atrás no seu compromisso contra o Genus, em Porto Velho. Não é porque o Genus ainda não venceu que a rapadura vai se oferecer uma moleza. Muito pelo contrário. Aí é que reside o real perigo.
Coincidentemente, os dois times acreanos enfrentam adversários de Rondônia no mesmo dia. Revivem, assim, as lendárias batalhas entre os dois estados da época do amadorismo. Naquele tempo, mais do que qualquer coisa, era a honra que entrava em campo. Era inadmissível perder.
Que os melhores possam vencer. Que sejam jogos cheios de técnica e emoção. Que se possa, mesmo que de forma não muito aproximada, reviver os clássicos de outrora. E ainda que não exista mais honra em jogo, os três pontos são muito importantes para os contendores. Que os dados rolem!