Desde o mês de maio, quando estive de passagem por Rio Branco, que eu vivia a expectativa de assistir os jogos do time acreano de futebol master da Ordem dos Advogados do Brasil no campeonato nacional da categoria. É que a competição seria realizada em Fortaleza, onde moro hoje.
A expectativa dizia respeito a três fatores: a minha origem; o próprio time, do qual eu ouvi falar maravilhas em outras jornadas; e a oportunidade de ver em ação o meu amigo Joraí, craque do passado que marcou muitos gols (contra, viu?) com as gloriosas camisas do Internacional e do Andirá.
Na chamada capital alencarina, a delegação da OAB/AC deveria jogar três partidas na fase de grupos, contra Paraná, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Moleza, levando-se em conta o que o Joraí havia me falado numa das nossas muitas conversas quando da minha visita ao trabalho dele.
Do Joraí, naquela oportunidade, eu ouvi o argumento de que o time acreano estava afinadíssimo, jogando por música, e que ele era titular absoluto da lateral direita. Para isso, estava treinando há seis meses, correndo todas as tardes em ritmo acelerado na pista da Via Chico Mendes.
A certeza do Joraí era tamanha que me contagiou. Embarquei na onda e prometi pra ele que se o time da OAB tivesse sucesso, com ele de fato vestindo a camisa titular, eu patrocinaria um jantar regado a camarão e moqueca de arraia no mercado dos peixes da aprazível ponta do Mucuripe.
O primeiro problema, no entanto, já surgiu no primeiro jogo. É que o Joraí não me avisou o dia, nem a hora, nem o local. Acho que ele preferiu observar como é que o time ia se comportar na hora do “vamos ver”. Quando ele me ligou, o time já havia perdido o primeiro jogo por um a zero.
Aí, depois da primeira surra, o Joraí me avisou que o segundo jogo seria no dia seguinte, no campo do Ceará. E que, aí sim, o time começaria a jogar. Na hora marcada cheguei a Porangabuçu. Mas o porteiro me disse, então, que o jogo era a quilômetros dali, no centro de treinamento do clube.
Mais uma vez deixei de assistir a bola do time de master da OAB. O terceiro jogo seria a minha última chance de ver o Joraí em ação. Resolvi ligar para o técnico Edson Izidorio para perguntar a hora certa do jogo e saber se o Joraí estava mesmo dando o show que ele prometera em maio.
Para minha surpresa, o Edson me disse que o time já estava fora e que o Joraí, além de reserva, não aceitara entrar em campo no último jogo. Edson falou que ia escalar todos que ainda não haviam jogado. Mas o Joraí emburrou e disse que não entraria em campo. Desisti de ver a bola da OAB.