A cara de cada bicho

Os apelidos, diferentemente do que acontecia até há uns quantos anos atrás, estão em pleno desuso no futebol brasileiro. Numa época de primazia do que se denominou “politicamente correto”, o que mais se vê são jogadores sendo chamados por nomes compostos ou então por nome e sobrenome.

Me lembrei disso por conta de um atleta do Palmeiras que era chamado, quando integrava a base do clube, pelo apelido de Rafael Papagaio. Agora, já integrante do time principal, ele pediu para que o “Papagaio” fosse deixado de lado e que todo mundo passasse a chama-lo de Rafael Elias.

Coincidentemente (ou não), nessa onda de jogadores conhecidos pelo nome de bichos, na semana passada eu escrevi nas páginas do jornal Opinião, bem como nas telas do site namarcadacal.com.br, um texto de cunho memorialístico com um ex-zagueiro do futebol acreano denominado Gato.

E ainda coincidentemente (ou não), o próximo personagem ao qual eu vou dedicar algumas linhas se chama Vaca, residente em Epitaciolândia e que nos seus anos de futebolista profissional jogava em bom nível em todas as posições. Todas as posições mesmo, inclusive de goleiro, na necessidade.

Aí, como uma coisa puxa a outra, eu fui lembrando de jogadores do futebol brasileiro que ficaram conhecidos pelo apelido (ou sobrenome mesmo) de bichos. Casos, a título de exemplo, do ex-goleiro Aranha, dos atacantes Yuri Mamute e Alexandre Pato, e do meia Paulo Henrique Ganso.

Fui à internet para descobrir a origem dos apelidos. Descobri, então, que “Aranha” foi uma homenagem ao soviético Lev Yashin, chamado de “Aranha negra”. “Mamute” porque nasceu grandão. “Pato” por conta da cidade natal (Pato Branco). E “Ganso” porque não botavam fé na bola dele.

Depois desse exercício, fiquei imaginando um time do futebol acreano de todos os tempos com jogadores com apelidos (ou nomes) de animais. Acabei encontrando bem mais do que um time. Digamos que um time completo e alguns reservas. E até achei um bicho denominando um treinador.

Vejamos. Ratinho (Andirá); Vaca (Alto Acre), Gato (Náuas), João “Cutia” (Andirá) e Bodó (Floresta); Vicente “Barata” (São Francisco), Jorge “Jacaré” (Rio Branco) e Cairara (Rio Branco); Rui “Macaco” (Independência), Catita (São Francisco) e Danilo “Galo” (Vasco da Gama).

Como reservas (sem qualquer critério técnico) cheguei aos nomes de Mucuim (América de Xapuri), Jerico (Independência), Pintinho (Atlético), Pixilinga (Andirá), Curica (Atlético), João “Carneiro” (Juventus), Fernando “Bacurau” (Atlético)… Técnico: Olavo Pontes, o famoso Papagaio da Noite.