O Rio Branco não precisou jogar uma bola assim tão redondinha para ganhar do rondoniense Genus na tarde de domingo, na Arena da Floresta, pela quarta rodada do campeonato brasileiro da série D. Ganhou por dois gols a zero, mas jogou, por assim dizer, só a conta do chá. Se apertasse mesmo poderia ter feito uns três ou quatro gols, sem favor algum.
A “conta do chá”, na gíria da fina flor da “rapiocagem”, de acordo com o advogado Joraí Salim, significa “apenas o suficiente”. Essa expressão, aliás, eu ouvi da boca do próprio Joraí, na saída do estádio, logo após o jogo do Estrelão contra o Genus. Eu perguntei se ele havia gostado da vitória e ele me respondeu que o time jogou apenas a tal “conta do chá”.
Mas, jogando apenas a “conta do chá” ou não, segundo as minhas observações, até que o time acreano começou a todo vapor. Só que depois foi diminuindo o ímpeto, cedendo algum espaço ao Genus, perdendo aquela chamada “segunda bola” no meio de campo e, pra falar a verdade, quando o jogo ainda estava um a zero, quase que sofre o gol de empate.
A partida já se encaminhava para o seu final, quando um atacante do Genus arriscou um chute de fora da área. A bola pegou um efeito estranho, subiu tudo que pode e depois deu uma descaída, mantendo-se fora do alcance do goleiro alvirrubro. Caprichosamente chocou-se com a junção da trave. Mais ou menos naquele lugar onde a gente diz que dorme a coruja.
Um susto para os pouco mais de mil torcedores que foram ao estádio dar uma força para o Rio Branco seguir em frente. Felizmente, para alegria geral da nação “estrelada”, poucos minutos depois, o experiente artilheiro Adriano Louzada deu o troco, escorando de cabeça um cruzamento do ótimo meia Polaco e decretando números finais ao placar. Sai pra lá, azar!
Independentemente, porém, de jogar muito bem, ou de jogar mais ou menos, no final das contas, depois dessa luta contra o Genus, o que valeu mesmo foi os três pontos somados na tabela de classificação, que mantém o Estrelão como líder do grupo A1 do torneio. São dez pontos ganhos em quatro partidas, fruto de um empate (fora de casa, diga-se) e três vitórias.
O Rio Branco tem agora uma semana pela frente para apagar os incêndios internos, jogar fora as maçãs podres antes que elas contaminem o cesto e pensar a melhor estratégia para enfrentar o Atlético no próximo domingo. Penso eu que o Galo, mesmo não vindo bem das pernas na série D (ou talvez exatamente por esse fato), vai ser um adversário duríssimo.
É isso, meus prezados ouvintes (digo, “leitores”). O Rio Branco segue na frente, mas sabe que atrás, fungando no seu cangote, vem gente qualificada, doidinha para desbancá-lo. O amazonense Princesa do Solimões e o amapaense Santos pisam nos calcanhares do Estrelão. Ganharam também na rodada passada e seguem vivos na briga. Hein?
Francisco Dandão