Publiquei um dia desses na minha página no “Facebook” uma fotografia do glorioso Atlético Clube Juventus, numa das formações do ano de 1972. Como o Juventus sempre teve uma legião de admiradores, a fotografia recebeu centenas de curtidas e muitos comentários de imediato.
Pelos jogadores que aparecem na tal fotografia, hoje somente um quadro na parede da memória (copiando Drummond), a escalação daquele momento foi a seguinte: Pope; Carlos Mendes, Deca, Mustafa e Antônio Maria; Pingo, Hermínio e Carlitinho; Nilson, Edson Carneiro e Elísio!
Um timaço! Praticamente todos eram jogadores de refinada técnica e de absoluta precisão no contato com a deusa bola. Só não digo que todos eram artistas porque havia no conjunto os voluntariosos atletas Deca e Edson Carneiro, cuja maior virtude era o uso do corpo nas bolas divididas.
Acontece que esse timaço acabou não conquistando o título daquele ano de 1972. Foi para as finais contra o Independência e acabou derrotado ao término de quatro partidas, uma prorrogação e uma disputa de pênaltis. O peculiar da história é que a quarta partida só aconteceu no fim de 1973.
E por que demorou tanto tempo para ser jogado o confronto que deu o direito ao Independência de levar o “caneco” para suas vitrines? É o que passo a explicar em seguida, na esperança de sanar a curiosidade dos internautas que comentaram a publicação da fotografia no “Facebook”.
A questão é que o regulamento do campeonato de 1972 era omisso, no sentido de definir quem seria o campeão caso as três partidas das finais terminassem empatadas. Os dirigentes, então, assinaram um documento pactuando que se houvesse um terceiro empate haveria um quarto jogo.
Acontece que, ao término da terceira partida, que saiu mais uma vez empatada, o Independência se recusou a jogar a quarta partida, alegando que tinha melhor campanha do que o Juventus, o que foi acatado pela Federação Acreana de Desportos, que proclamou o tricolor como campeão.
Inconformado com a atitude da federação, o Juventus foi ao “tapetão” em busca dos seus direitos. A questão se arrastou por um ano no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Deu até tempo de ser jogado outro campeonato, o de 1973, cujo título ficou com o Rio Branco.
Em dezembro de 1973, salvo engano no dia 2, foi jogada, enfim, a quarta partida, decidindo o campeonato de 1972. Equilíbrio. Novo empate, dessa vez em 1 a 1. A partida foi levada para a prorrogação. Ninguém mexeu no placar. Aí vieram os pênaltis. E então deu Independência: 4 a 3!