Não precisa ser um gênio para perceber que os técnicos de futebol no Brasil foram ultrapassados tecnicamente pelos de fora, até de países vizinhos. Isso já ocorre há pelo menos uma década.
Já se discutia depois da Copa de 2006 se Dunga era mesmo a solução, ou já não seria hora de chamar alguém com olhar menos regional e mais global sobre o futebol para comandar a seleção.
Mas colocaram o ex-volante por conta da sua conhecida linha dura em tratar seus companheiros – principalmente depois do oba-oba ocorrido no Mundial da Alemanha, um dos motivos do fracasso de uma equipe cheia de estrelas.
Antes da Copa de 2014 as especulações foram fortes em torno do espanhol Pep Guardiola, não concretizadas. Hoje, Tite vive na corda bamba, com resultados ruins enfrentando equipes pouco expressivas. Pode ser que dê a vaga para algum gringo em breve, se continuar patinando à frente da seleção.
Os técnicos Jorge Jesus e Sampaoli são, sem dúvida, as maiores novidades ocorridas no futebol brasileiro nos últimos tempos. Nem o rubro-negro Bruno Henrique pode ser alçado a essa condição, embora seja o maior jogador em atuação no país.
Muito menos Neymar, em baixa, com a idade avançando e sem muito para onde correr no PSG – cova que ele próprio cavou (ou seu pai, como muitos alegam).
O fato é que o futebol por aqui andava muito chato e os dois técnicos estrangeiros deram vida a essa temporada. E também alguma esperança que o boleiro brasileiro pode ser melhor aproveitado em campo com sua conhecida habilidade.
Ressalta-se que atletas estrangeiros já vinham ocupando espaços importantes antes sob domínio do futebol brasileiro. O que anteriormente eles detinham de forma isolada nos clubes, são absolutos e necessários em vários times hoje tanto tática como tecnicamente.
Não se sabe dizer o que toda essa interferência trará ao futebol brasileiro. O que se avalia é que a ocupação do jogador brasileiro de posições em grandes equipes lá fora fez o Brasil andar menos para trás no esporte, a despeito do que o êxodo de atletas tupiniquins representou de ruim ao espetáculo de futebol por aqui.
Talvez na Copa de 2022 se tenha mais clareza do que se viu esse ano na prática, com os estrangeiros fazendo toda a diferença nos estádios do país. Por outro lado, tem-se a certeza de que Tite no comando da seleção não se pode esperar muito até lá.