Dos campinhos de pelada de Sena Madureira aos templos do futebol europeu, a trajetória do jogador Francisco Lima da Silva, o Doka Madureira, o credencia como um dos atletas acreanos de mais sucesso no mundo esportivo. Tudo na base de um enorme talento e muita força de vontade.
Até aos 18 anos, em 2002, Doka jamais havia saído da sua cidade natal para jogar futebol. Um amistoso contra um combinado de amigos de Rio Branco, liderados pelo não menos famoso jogador Artur Oliveira, foi suficiente para que a habilidade dele (Doka) fosse revelada para o Acre.
E aí, depois do show contra os amigos do Artur, no estádio Marreirão, ligeirinho o dirigente José Macedo, do Rio Branco, tratou de leva-lo para as fileiras do glorioso Estrelão. O Acre, porém, logo ficaria pequeno para a bola dele. E então, em 2005, Doka já trataria de se mudar para o Vitória (BA).
Depois disso, entre idas e vindas para o Rio Branco, Doka vestiu as camisas de outros dois clubes brasileiros: o Internacional (RS) e o Goiás (GO). No Inter, ele praticamente não teve chance. Fez apenas algumas partidas no time B. Mas no Goiás, foi titular absoluto enquanto ficou por lá.
A passagem pelo Goiás, entretanto, reservou uma grande frustração para o atacante. É que o Rio Branco exigiu uma nota preta para liberá-lo. Alguma coisa na ordem de meio milhão de reais, de acordo com declarações do próprio jogador. Uma transação totalmente inviável. Irreal mesmo.
Doka me confessou, numa conversa que tivemos no começo desta semana, que ficou tão irritado que pensou até em abandonar o futebol. Felizmente, familiares o convenceram que essa não era uma boa atitude a ser tomada, que ele deveria persistir e que novas oportunidades surgiriam.
A oportunidade surgiu em 2008, num jogo contra o Atlético Goianiense, pelo campeonato brasileiro da Série C. Um empresário da Bulgária estava no estádio para observar um jogador do Atlético. O Estrelão levou de 5 a 0. Doka Madureira, porém, encheu os olhos do empresário.
E assim, no ano seguinte, Doka embarcava para a Bulgária para defender as cores de um time chamado Litex. Jogou tanto que, lá pelas tantas, foi eleito o melhor jogador em atividade no país europeu. As boas atuações valeram um convite para se transferir para o futebol turco. E ele se mandou.
Na Turquia Doka ficou sete anos, vestindo as camisas de dois clubes: o Istanbul Basakseir e o Ankaragücü. Mais tempo no primeiro do que no segundo. Aos 34 anos, de volta ao seu torrão natal, pode-se dizer que Doka é um acreano bem sucedido. Parar com a bola? Só daqui a mais algum tempo!