Afastado dos gramados, Independência completa 74 anos

MANOEL FAÇANHA

Fundado em agosto de 1946, o Independência Futebol Clube, chamado por seus torcedores pelo glorioso epíteto de Tricolor de Aço, completa neste domingo (2) de agosto ano 74 anos de existência. Juntamente ao Juventus, ao Rio Branco e ao Atlético Acreano, o Independência forma o quarteto dos times mais tradicionais do futebol do Acre, inclusive, apontado como o clube de maior torcida do futebol local nas décadas de 1970, 1980 e 1990. No entanto, a torcida tricolor não tem muito a comemorar. O clube, que conquistou onze estaduais, nesta temporada, alegando problemas financeiros, voltou a pedir afastamento do Campeonato Profissional e, assim, o jejum de títulos completou 22 anos.

Na década de 1970, talvez a época mais fértil de bons valores do futebol acreano, o Independência formou esquadrões de altíssimo nível. Nesta época, o Tricolor de Aço tinha verdadeiros artistas, como Aldemir Lopes, ponta de lança que parecia levitar em campo; Escapulário, armador bailarino que dançava com a bola nos pés; Bico-Bico, ponteiro veloz e driblador e lendário pela vida boêmia; e Palheta, zagueiro ao mesmo tempo duro (no combate ao adversário) e clássico (com a bola nos pés), além do goleiro José Augusto, verdadeira muralha tricolor.

Mesmo depois dessa época “áurea”, o Independência ainda montou boas equipes. Tanto que levantou o “caneco” de campeão acreano em duas oportunidades na década seguinte: 1985 e 1988. Vários jogadores de ótimo nível técnico vestiram a camisa tricolor nessas campanhas. Casos, por exemplo, de Paulinho Rosas, Emilson Brasil, Klowsbey, Sabino, Antônio Júlio, Paulo Roberto, Mariceudo, Isaac, Paulão etc.

Na era do profissionalismo, entretanto, o Independência conquistou apenas três títulos em 28 disputados (1989 para cá, o time foi campeão apenas em três oportunidades: 1993 e 1998, na primeira divisão, e 2018, na segunda divisão).

Independência, campeão acreano de 1974. José Ambrósio (massagista), Graça Cunha (torcedora), Júlio César, Deca, Augusto, Dona Moura (torcedora) e Valtinho (filho do técnico Valter Félix). Foto/Acervo Augusto Barros.
Independência – 1974. Em pé, da esquerda para a direita: Zé Lins (diretor), Flávio, Chico Alab, Escapulário, Palheta, Deca e Zé Augusto. Agachados: Bico-Bico, Aldemir Lopes, Rui Macaco, Augusto, Júlio César e Tonho. Foto/Acervo Zacarias Fernandes.

Independência – 1985. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Roberto, Klowsbey, Jaime, Paulão, Erivaldo e Merica. Agachados: Isaac, Cardosinho, Carlinhos, Mariceudo e Paulinho. Acervo: Manoel Façanha.

Independência – 1988. Em pé, da esquerda para a direita: Paulo Roberto (repórter), Sabino, César, Chinha, Klowsbey, Merica e  Paulão. Agachados: Venícius, Mariceudo, Paulinho, Siqueira, Mariceudo e Antônio Júlio. Foto/Acervo Francisco Dandão.
Independência – 1998. Em pé, da esquerda para a direita: Cubu, Milson, Dedé, Klowsbey e Redson. Agachados: Claudinho, Papelim, Artemar, Getúlio, Paquito e Dênis. Foto/Acervo Manoel Façanha

Veja os títulos

No currículo histórico de títulos, consta que o Tricolor de Aço ergue por 20 vezes o troféu de campeão na categoria principal. Onze deles campeão acreano da elite (1954, 1958, 1959, 1963, 1970, 1972, 1974, 1985, 1988, 1993, 1998); Três vezes do Torneio Início (1958, 2001, 2004); Duas vezes da Taça Cidade de Rio Branco (1969 e 1971); Três vezes do Torneio do Povo (1981, 1982, 1986) e uma vez da segunda divisão (2018).

Independência Futebol Clube campeão da segunda divisão 2018. Foto/Manoel Façanha

 

Torcedor e ex-atleta parabenizam o clube

Numa postagem do ex-vereador Márcio Batista, o lateral esquerdo Sabino, com passagem vitoriosa pelo Tricolor de Aço, inclusive, marcando o gol do último campeonato da era do amadorismo, parabenizou o clube tricolor. “Tive o prazer de jogar no independência em 1988 (campeão do último campeonato ‘amador’ do Acre). Um clube de torcida fanática e numerosa”.