Alcione

Mais um acreano inscreve o seu nome numa galeria de campeões estaduais de futebol fora do seu Estado de origem. O cara da vez é o meio-campista Alcione Marcelino dos Santos, natural de Brasiléia, que acabou de sagrar-se campeão do Distrito Federal, jogando pelo goiano Luziânia.

Não é o primeiro time que Alcione defende fora da sua terra natal. O atleta, que apesar de preferir mesmo jogar como armador também atua como segundo volante e lateral (tanto faz se pelo lado esquerdo ou pelo lado direito), já rodou por cinco Estados desse Brasil imenso e plural.

Ele já jogou em equipes do Acre (Adesg, Rio Branco, Galvez, Juventus, Independência e Vasco), do Amazonas (Nacional e Holanda), Rio Grande do Sul (São Luís, de Ijuí), Goiás (Santa Helena) e Distrito Federal (Ceilandense, Guará, Botafogo, Sobradinho, Gama e Legião).

Na sua cidade de nascimento Alcione jogou apenas em duas equipes: Juventude e Castanheira. Não deu tempo jogar em mais outra. É que já aos 16 anos a bola dele demonstrou ser grande demais para ficar circunscrita ao quase invisível futebol do município. E aí o craque decidiu ir ao mundo.

Um dia desses, quando de uma das minhas passagens por Brasília, tive a oportunidade de conversar por algumas horas com o campeão distrital Alcione. E foi da voz dele que eu ouvi as suas reminiscências enquanto profissional de futebol saído do meio da floresta amazônica.

“Eu saí de Brasiléia ainda adolescente, levado por um amigo para fazer um teste no Rio Branco. Fui eu e o Elenilson. Isso em 2002. Não ficamos. A concorrência era feroz. Mas as portas se abriram e no mesmo ano joguei por Adesg, Vasco e Nacional do Amazonas”, disse Alcione.

Duas pessoas foram importantes, no dizer de Alcione, para que ele pudesse exercitar a sua arte em outras paragens: Raimundo Ferreira e Marquinhos Bahia. O primeiro foi quem o levou para o futebol amazonense. Marquinhos, por sua vez, o levou para o Distrito Federal.

Tanto Raimundo como Marquinhos devem estar felizes com a sua indicação. Alcione tem cumprido à risca a sua missão. Atleta em tempo integral (não fuma e não bebe), bom caráter e profundamente religioso, ele diz que ainda pretende ser campeão em muitos lugares e por muito tempo.

Por fim, um registro: o interior do Acre é pródigo em jovens talentos futebolísticos. Alcione é um exemplo. Mas este espaço é pequeno para uma lista. Só de Brasiléia, eu me lembro de Aldemir Lopes, Rivanildo, Elenilson, Vaca, Couro Velho, Lelê, Canjerê, Anjo e Rui Macaco. Craques!