No mês de abril, o futebol acreano ganhou espaço nas páginas da Revista Placar. O protagonista da história é o volante andiraense Alex Oliveira. O atleta nesta temporada, além de vestir a camisa do Morcego ainda fez um ‘bico’ de gandula em vários jogos do Campeonato Acreano, algo bem fora do comum que acabou ganhando espaço na revista paulista.
Veja a reportagem
No Acre, volante é gandula nos dias de folga na tabela
MANOEL FAÇANHA
Fã de Ronaldinho Gaúcho, o pegador de bolas Alexandro de Souza Moura, 22 anos, tem dupla função na disputa do Campeonato Acreano 2016. Um dia ele assume o posto de gandula; no outro, ele se transforma em volante da modesta equipe do Andirá EC.
Morador da periferia de Rio Branco-AC, Alex divide o tempo entre o lava jato da família, os treinos e jogos do Andirá EC e, quando sobra um tempinho na agenda, vira pegador de bolas do Campeonato Acreano 2016. Uma função, segundo ele, que, além de garantir uns trocados para os gastos dos finais de semana, dão a condição de assistir boa parte dos confrontos do estadual no calor dos jogos.
Nas partidas as quais é escalado para a função de pegador de bolas, ele garante que poucos adversários conhecem a história do jogador/gandula.
“Tem alguns atletas do Rio Branco, Galvez e Atlético que tenho amizade, isso pelo fato de disputarmos competições desde as categorias de base. Outros jamais suspeitam da minha dupla função no futebol”, contou o volante.
Diferente da história do argentino Bernardo Gandulla, que na década de 1940 reforçou o Vasco da Gama-RJ, mas jamais foi escalado para uma partida, fato esse que contribuiu para o surgimento do nome gandula ao pegador de bolas, Alex já jogou nesta temporada três partidas, marcando, inclusive, o único gol andiraense na derrota para o Atlético Acreano por 4 a 1, dia 12 de março, no estádio Florestão. Esse não foi o seu primeiro gol na carreira de jogador profissional, pois ele já havia marcado na segunda divisão local, com as camisas do São Francisco e do próprio Andirá.
Morando com a mãe, dona Rosineide Oliveira, 38 anos, o jogador andiraense está com dois meses de salários atrasados – ganha salário mínimo. Segundo ele, o clube espera pela assinatura e liberação de um convênio entre o poder público estadual e os clubes locais, para então ver a cor do dinheiro.
Ciente que o futebol periférico sempre é um incerteza na vida de qualquer jogador, Alex explica que já foca o futuro para os estudos e, a prioridade será a formação acadêmica no curso de Educação Física da Universidade Federal do Acre (Ufac).