Aniversários dos xerifes

Três antigos xerifes do futebol acreano, membros daquela turma que batia primeiro para somente depois pedir os documentos dos atacantes suspeitos, fazem aniversário no mês de dezembro: o ex-zagueiro Zenon (dia 1º), o ex-volante Mário Sales (dia 3) e o ex-lateral direito Pintão (dia 29).

O Zenon, que completou 61 anos, iniciou a sua trajetória no São Francisco. Morador do bairro do mesmo nome, era natural que ele começasse a sua vida de futebolista no clube do professor Vicente Barata. Do time infantil, em 1971, até a estreia no elenco principal foram apenas cinco anos.

Aos 16 anos, no primeiro semestre de 1976, Zenon já estava jogando entre os adultos do São Francisco. E mandou tão bem que logo foi contratado pelo Rio Branco, onde foi dirigido pelo lendário técnico Coca-Cola e disputou um Copão da Amazônia. Missão: “se a bola passar, o atacante fica”.

Já o Mário Sales, que chegou aos 65 anos, esse rodou por vários clubes acreanos. O começo foi no juvenil do Atlético, depois de ser descoberto numa pelada pelo goleiro Tidal. Quando ele chegou ao Galo, não foi preciso nem fazer teste. Já foi logo escalado como “cão de guarda” dos zagueiros.

Depois, pela eficiência com que cumpria as suas funções, ele rodou por Independência, Rio Branco e Amapá, ganhando (segundo declaração do próprio) sacos de dinheiro para trocar de camisa ao fim de cada temporada. Seu lema: “proibido passar qualquer coisa, nem a bola, nem o atacante”.

Enquanto isso, o Pintão, cujo nome de batismo é Carlos Magno, desse não se sabe com exatidão o seu ano de nascimento. Ele diz que veio ao mundo em 1955, em Porto Velho. Mas há quem diga que se pode acrescentar, tranquilamente, mais uns dois ou três anos aí nessa conta do ex-craque.

O certo é que ele começou no Ypiranga, em 1970, na sua cidade natal. Nessa época ele alternava partidas nos juvenis e no time principal. Do primeiro time, Pintão foi para o Ferroviário, também de Rondônia. E em 1974, ele migrou para o Acre, onde jogou no Atlético e no Independência.

Lateral de chute fortíssimo, Pintão era um terror dos adversários que formavam as barreiras quando acontecia uma falta frontal às suas traves. E ele batia na bola sem dó nem piedade. Quando não acertava o gol, nocauteava alguém da parede humana. Meta: “só tem jogo com a bola, sem ela é canela”.

É isso. Essas três criaturas fizeram a alegria dos torcedores das suas respectivas equipes. Eles eram garantias de que os atacantes adversários não teriam vida fácil para chegar na frente dos respectivos goleiros. Coincidentemente (ou não), todos nasceram em dezembro. Vida longa a eles!