Nessa semana que recém passou o futebol acreano perdeu mais um dos seus ilustres personagens: o ex-atleta e ex-treinador Antônio Leó. Aos 82 anos, ele não resistiu às consequências de um traumatismo craniano, decorrente de uma queda dias antes no interior da sua própria residência.
Leó foi zagueiro. Jogou em vários times do futebol acreano. Mas a sua glória máxima foi defendendo uma seleção estadual que excursionou a Manaus em 1957. A dupla de zaga que ele formou com o também monstro sagrado Mozarino beirou a perfeição nos jogos realizados no Amazonas.
Eles (Mozarino e Leó) formaram uma dupla tão afinada naquela seleção de 1957 que os adversários sequer viram a cor da bola nas quatro primeiras partidas realizadas por lá. A seleção acreana ganhou fácil. Aí veio a quinta partida, que não estava nos planos: vitória dos amazonenses.
Justamente nessa quinta partida, que só foi marcada porque os amazonenses não admitiam perder todas para a seleção acreana, Antônio Leó não jogou. Ele e o atacante Touca foram para a reserva. Ficaram de castigo por terem voltado tarde para a concentração numa noite de folga.
O técnico Walter Félix de Souza, disciplinador, não aceitava que alguma regra fosse descumprida. Barrou os dois retardatários, mas pagou um preço alto pela própria intransigência. A seleção acreana, que poderia ter voltado invicta para casa, acabou perdendo o último confronto. Fatal!
Depois de pendurar as chuteiras, Antônio Leó foi ser treinador, levando toda a experiência acumulada para as preleções. Passou por várias equipes, mas o seu apogeu na nova função foi dirigindo o Rio Branco, na década de 1970, clube pelo qual se sagrou três vezes campeão estadual.
O primeiro desses títulos pintou em 1971, com uma equipe que tinha os seguintes titulares: Espanhol; Grassi, Pedro Louro, Viana e Stélio; Lelê, Fernandinho e Roberval; Evandro, Bruno Couro Velho e Eli. Um elenco que abrigava ainda craques como Ivo Neves, Elden, Danilo Galo e Jones.
O último título estadual dirigindo o Rio Branco, Antônio Leó o conquistou em 1979, comandando outro ótimo grupo de jogadores, nos quais se destacavam nomes como Illimani, Zezito, Paulo Roberto, Chicão, Cleiber, Carioca, Irineu, Nino, Mário Vieira, Eco, Zé Gilberto e Vilson!
Antônio Leó agora virou lembrança. Mas é uma daquelas lembranças que vão permanecer vivas em todos os que o viram em ação, seja como jogador, seja como treinador. No final das contas o que importa mesmo é a lembrança que fica. O futebol acreano deve muito ao protagonismo dele!