Após acusações, Rogério Caboclo é afastado da CBF

Neste final de semana, a bola rolou para 52 jogos dos campeonatos brasileiros das séries A, B, C e D, mas não foram os resultados que chamaram atenção, mas sim, o afastamento de Rogério Caboclo, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O dirigente vai ficar 30 dias fora da pasta, com possibilidade de prorrogação do prazo de afastamento, para se defender de denúncia de assédio moral e sexual, protocolada por uma funcionária da CBF na última sexta-feira (4).

A saída do dirigente foi determinada pela Comissão de Ética do Futebol e começou a valer no último domingo (6). O coronel Antônio Carlos Nunes de Lima, de 82 anos, um dos oito vice-presidentes, assume temporariamente a presidência da entidade, após pouco mais de dois anos afastado do cargo.

O afastamento de Caboclo aumentará a lista de presidentes da CBF que, por motivos diversos, não cumpriram seus mandatos por completo. Envolvido em denúncias de corrupção, Ricardo Teixeira renunciou em 2012. Preso no Fifagate, José Maria Marin foi banido pela Fifa em 2015. Esse foi o mesmo destino que Marco Polo Del Nero: depois de um afastamento temporário em 2017, o banimento veio em 2018.

Jornal AS acusa Bolsonaro de “agir” contra Tite

Se não bastasse as acusações de interferência do governo Jair Bolsonaro na saúde durante pandemia do novo coronavírus, ele agora, segundo o jornal AS, estaria agindo nos bastidores para que o atual treinador da seleção Canarinho (Tite) seja demitido, isso lembrando à época do Regime Militar, quando o então presidente Medici, conspirou pela saída do técnico canarinho João Saldanha, esse desafeto ideológico do general. Nos bastidores, o bolsonarista Renato Portaluppi seria o nome desejado por Bolsonaro.

Caso seja comprovada a interferência de Bolsonaro, a CBF pode receber punições da Fifa. O regulamento da entidade prevê, no seu artigo 15, que os membros “devem ser independentes e evitar qualquer forma de interferência política”. Caso seja comprovado que essa ou outra regulamentação não tenha sido seguida, a punição seria uma multa de mais de 56 mil reais, além da “proibição de participar de qualquer atividade relacionado ao futebol por um máximo de dois anos”.

Ciente e orientado da prerrogativa, Bolsonaro tratou de negar na manhã desta segunda-feira (7), aos apoiadores, qualquer tipo de interferência dele na entidade futebolística.

Patrocinadores querem permanência de Tite

Conforme matéria veiculada nesta segunda-feira (6) pelo ge é provável que no início da semana um movimento de patrocinadores da seleção brasileira peça apoio ao trabalho da comissão técnica, em proteção ao projeto de voltar a ganhar a Copa do Mundo. O pool de empresas formado por Itaú, Ambev, Gol e Mastercard, empresas essa que já haviam demonstrado preocupação com as denúncias de assédio sexual feita por uma funcionária da CBF, contra o presidente Rogério Caboclo, querem a permanência de Tite.

Por outro lado, os jogadores brasileiros decidiram participar da Copa América, mas prometem um “manifesto” contrário a realização do torneio.